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Investigação

Bovinos podem desempenhar papel relevante na transmissão de leishmaniose em regiões endémicas

Bovinos podem desempenhar papel relevante na transmissão de leishmaniose em regiões endémicas iStock

Embora os cães tenham sido considerados o principal transmissor de leishmaniose, o número de espécies envolvidas na transmissão do parasita é cada vez mais amplo e inclui tanto animais de companhia como animais de produção.

Neste sentido, investigadores espanhóis realizaram um estudo que analisou a seroprevalência de Leishmania spp. em 75 vacas de três raças bovinas (Modicana, Simental e Holstein) do sul de Itália, encontrando uma seroprevalência geral e moderada de 17,33%. Nenhum dos animais apresentou sinais clínicos e aparentemente estavam saudáveis.

 

“Os níveis séricos de citocinas relacionados à resposta imune foram analisados e a presença de infeção por leishmania não modificou os níveis das citocinas interleucina (IL-1 β), IL-6, IL-10, interferon gama e fator de necrose tumoral-alfa. Foi também observada interação entre raça e infeção, sendo as citocinas interleucina maiores na raça Modicana do que na Simental e na Holstein quando a infeção estava presente”, afirmaram os autores.

Desta forma, os investigadores afirmaram que esta raça apresentava níveis médios de IL-6 sem infeção, com altos níveis observados na raça Simental e baixos níveis na raça Holstein.

 

“Além disso, as vacas de raça Simental apresentaram níveis mais altos de IL-6 com infeção do que sem infeção. Estes resultados sugerem que as espécies pecuárias podem desempenhar um papel relevante na transmissão de leishmania em regiões endémicas e com diferentes respostas imunes, dependendo da raça”, revelaram os cientistas.

Segundo a análise, o papel das espécies pecuárias e, especificamente, o papel do gado como reservatório de Leishmania spp., tem vindo a ser estudado nos últimos anos em regiões endémicas, e diferentes espécies de leishmania foram encontradas em raças bovinas em diferentes partes do mundo, incluindo Brasil, Irão, Índia, Nepal, Etiópia e Tailândia.

 

Os autores do estudo referiram ainda que, apesar destes resultados, “mais investigações são necessárias para determinar o papel das espécies pecuárias na transmissão do parasita, assim como avaliar a resposta imune das raças nativas”.

 

 
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