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Animais

Assembleia da República pede proibição de medicamento veterinário fatal para abutres

Os Verdes querem proibição de utilização de diclofenac em medicamentos veterinários e pecuários

Depois de uma recomendação da Assembleia da República para a proibição do uso de um medicamento veterinário na pecuária que contém uma substância “fatal para os abutres”, a Liga para a Proteção da Natureza (LPN) emitiu um comunicado onde revela apoiar a medida.

Em causa está um anti-inflamatório que contém a substância ativa diclofenac cuja comercialização em Portugal a DGAV pretende aprovar e que, segundo a organização ambiental, é “fatal para os abutres” e tem sido responsável “pelo dramático e abrupto declínio” desta espécie no sub-continente indiano.

 

“De acordo com a ampla informação científica existente, e como referem os alertas anteriormente feitos por diversas organizações nacionais e internacionais, o Diclofenac provoca insuficiência renal aguda nos abutres e também em águias do género Aquila, que culmina na sua morte num curto espaço de tempo”, defende a Liga para a Proteção da Natureza.

A associação diz ainda que existem em Portugal “várias alternativas a este fármaco, com muito menor impacto, pelo que o tratamento de espécies pecuárias é perfeitamente possível sem recorrer ao uso do diclofenac e de uma forma segura para as aves necrófagas”.

 

A Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) revelou à VETERINÁRIA ATUAL que é uma das apoiantes da não introdução do composto activo diclofenac no mercado dos medicamentos de uso veterinário. De acordo com a OMV, “as razões prendem-se com o facto de a avaliação custo-benefício ser fortemente em favor do não uso deste anti inflamatório – se por um lado temos um potencial muito nefasto para o ambiente e a avifauna do outro temos um benefício terapêutico facilmente colmatado por outras moléculas. Infelizmente não podemos estar seguros da utilização judiciosa e prudente dos medicamentos apenas por parte de médicos-veterinários e por isso os riscos são demasiado grandes.”

A proposta da Assembleia da República já foi também apoiada pela Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), pela Associação Transumância e Natureza (ATN), pela BirdLife Europe and Central Asia, pelo Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens (FAPAS), pela Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural, pela Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e pela Vulture Conservation Foundation (VCF).

 
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