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Animais selvagens

Três novas crias de leopardo-da-Pérsia, espécie “em perigo”, no Jardim Zoológico

Leopardo da pérsia Jardim Zoologico

Nasceram três crias de leopardo-da-Pérsia (Panthera pardus saxicolor) no Jardim Zoológico de Lisboa em outubro. O nascimento destes animais, cuja espécie está classificada como “em perigo” pela IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), “vem reforçar o Programa Internacional de Reprodução e Reintrodução da Espécie e trazer esperança a uma espécie em declínio desde os anos 1950″, anunciou hoje a instituição numa nota enviada às redações.

Os três machos nasceram na madrugada de dia 23 de outubro, depois de uma gestação de cerca de três meses. O Jardim Zoológico colocou previamente câmaras de filmar na instalação, tanto no interior como no exterior, o que permitiu acompanhar à distância a última fase de gestação da fêmea, bem como o desenvolvimento das crias.

 

Segundo José Dias Ferreira, coordenador do programa europeu de reprodução desta subespécie de leopardo, “as crias estão saudáveis e já é possível observá-las a explorar a instalação exterior com Elin, uma excelente progenitora, muito protetora”.

Por forma a sensibilizar para as ameaças que esta espécie enfrenta no seu habitat natural e para dar a conhecer um pouco sobre o Cáucaso, o vasto território de onde é originária, o Jardim Zoológico, em parceria com a Mirpuri Foundation, selecionou três nomes e desafia agora os visitantes a votar para escolher a futura designação das pequenas crias.

 

Dois dos nomes em votação, Zangezur e Talish, representam cadeias montanhosas na região do Cáucaso com extrema importância para a sobrevivência da espécie. Noah, o terceiro nome, homenageia um leopardo homónimo que, entre 2004 e 2009, desempenhou um papel fundamental na consciencialização das populações e dos organismos ligados à proteção da vida selvagem naquela região.

Para as restantes crias, os nomes foram selecionados pelo Jardim Zoológico e pela Mirpuri Foundation: Kiamaky, uma montanha da região onde em 2014 houve um dos primeiros registos de reprodução de leopardos; e Amirhossein-Khaleghi, um conservacionista iraniano que dedica a sua vida à conservação da espécie.

 

De acordo com o parque lisboeta, “a fragmentação do território, a caça para a obtenção de troféus e para o comércio ilegal de pele e ossos e a diminuição de recursos alimentares são algumas das razões que levam ao rápido declínio da população de leopardos na natureza”. O Jardim Zoológico explicou ainda em comunicado que os conflitos armados e a instabilidade política da região estão a dificultar o trabalho dos conservacionistas e aumentam o risco de ameaça das espécies que ali habitam.

O projeto que visa a recuperação destes animais no Cáucaso teve início em 2005 e, para Aurel Heidelberg, coordenador dos projetos da WWF Alemanha no Cáucaso: Hoje, mais de dez anos depois do início do trabalho de conservação, podemos dizer que temos tido particular sucesso em algumas zonas onde não havia evidência de leopardos residentes.”

 

Aurel avançou ainda que atualmente, além do registo da permanência de animais nestas áreas, todos os anos é registado o nascimento de novas crias. Estes dados vêm provar que “a abordagem de conservação que estamos a implementar na área está a funcionar”.

As três crias de leopardo-da-Pérsia são apenas alguns dos felídeos nascidos no zoo português este ano. Em junho, a instituição anunciou ainda o nascimento de três leões-africanos.

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