O Centro de Recuperação de Animais Selvagens (CRAS) do Hospital Veterinário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) devolveu à Natureza um abutre-preto, a maior espécie de abutre da Europa. A libertação ocorreu no Parque Natural do Douro Internacional (PNDI).
Segundo explicado em comunicado, todos os voos deste abutre-preto vão ser monitorizados pela equipa do Projeto “Life Aegypius return”, através de equipamento tecnologicamente avançado. “Vai ser libertado com anilhas de marcação para facilitar a sua observação, seja com binóculos ou com telescópio, e foi marcado com um emissor GPS para ser seguido desde o momento em que for devolvido ao habitat natural”, explica o diretor do Hospital Veterinário da UTAD, Filipe Silva.
O abutre-preto é uma espécie “Criticamente em Perigo”. Por isso, o objetivo desta monitorização passa por avaliar o sucesso da recuperação e a adaptação da ave ao seu ambiente, bem como ter conhecimento dos seus movimentos de dispersão e eventual longevidade.
“Seria muito positivo que a ave se estabelecesse no PNDI, onde existe um pequeno núcleo da espécie a nidificar”, antecipa o responsável.
Esta ave de rapina, que pode atingir os três metros de envergadura, chegou ao CRAS em dezembro, reencaminhada do Centro de Recuperação de Animais Silvestres de Lisboa. Desde o início de 2023, o CRAS já devolveu cerca de 40 animais selvagens ao seu habitat.