Os cães de raça american bully XL vão ser proibidos em Inglaterra e País de Gales a partir de 1 de fevereiro de 2024. A decisão surge devido à crescente onda de ataques por esta raça, que foi por seis dos dez ataques de cães registados no Reino Unido em 2022.
O american bully XL vai ser incluído na lei dos cães perigosos a partir de 31 de dezembro. Tal significa que a venda, posse e criação desta raça passará a ser ilegal e que os cães que não tiverem tutor serão eutanasiados.
A partir de 1 de fevereiro será ilegal ser tutor de um cão bully XL sem um certificado de exceção. Para obtê-lo é necessário ter um seguro, castrar o animal e pagar uma taxa. Além disso, o cão deverá ter microchip, é obrigatória a utilização de trela e açaime nos espaços públicos e mantê-lo num lugar seguro de onde não pode escapar.
O governo britânico vai compensar monetariamente em 200 libras (quase 235 euros) os tutores que decidam que não querem manter o animal, que preferem eutanasiá-lo num CAMV e façam-no até 31 de janeiro.
A definição governamental da raça afirma que os cães são fortes e musculados, têm um focinho quadrado e com rugas, maxilares fortes, pescoço largo e pêlo brilhante e liso. Esta definição preocupa as organizações de defesa dos animais que temem que outros cães com a mesma aparência, mas que não são considerados perigosos ou potencialmente perigosos sejam capturados.
A Escócia e a Irlanda do Norte decidiram não aplicar a proibição. Na Escócia é necessário cumprir regras como circular na rua com açaime e trela curta com menos de dois metros. A raça está também proibida na Turquia e Emirados Árabes Unidos.
A British Veterinary Association (BVA) escreveu ao governo a alertar para as preocupações que tem devido à proibição. A presidente Anna Judson nota que estão “extremamente preocupados com a afirmação da DEFRA [Departamento para o Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais] de que existe capacidade veterinária suficiente para gerir eficazmente a proibição. Simplesmente não é possível fazer esta afirmação sem uma compreensão clara do número de cães envolvidos, cujas estimativas atualmente variam entre 10 000 e 50 000, nem sem saber quantos deles já estão castrados e quantos serão apresentados para castração ou eutanásia”.
A associação pede ainda que os prazos de castração devem ser estendidos, devido a vários terem de ser castrados antes da idade recomendada de 18 meses. “Alargar este prazo para cães com menos de sete meses de idade em 31 de janeiro de 2024, até ao final de junho de 2025, poderia também beneficiar a sua saúde e bem-estar, dado o crescente conjunto de provas científicas que sugerem que o risco de problemas ortopédicos de desenvolvimento, juntamente com outras condições médicas, é significativo em raças de grande porte castradas precocemente”, pode ler-se.