De acordo com especialistas em comportamento animal, terapeutas sexuais e os tutores dos animais, a luta para manter a intimidade quando se tem animais em casa é real e pode gerar diversas reações nos animais.
De acordo com o artigo publicado no The Washington Post, as razões que levam os animais de companhia a interromper momentos íntimos dos humanos variam consoante as situações, mas os especialistas indicam algumas razões.
Segundo LeeAnna Buis, consultora de formação e comportamento da Feline Behavior Solutions em Portland (Oregon), nos Estados Unidos da América (EUA), os gatos muitas vezes não gostam de ficar de fora do quarto, expressando a sua frustração com um miar alto ou arranhões. No mesmo sentido, também interpretam o movimento debaixo dos cobertores como um convite para brincar e entram em modo de ataque.
Já Amy Campbell e Lillian Ciardelli, co-proprietárias da empresa de treino de animais de companhia Behave Atlanta, salientam que existem muitos cães que têm dificuldade em separar-se dos humanos. Os sinais de angústia relacionada com a separação incluem choramingar, ladrar ou comportamentos destrutivos por serem levados para uma zona diferente da casa.
Assim, os comportamentos de guarda são, muitas vezes, um problema mais grave nos cães. Ocorrem quando estes entendem que têm de defender um objeto de valor, quer seja a cama ou uma das pessoas da relação. De acordo com o artigo, alguns podem até tornar-se agressivos, podem rosnar, uivar ou mesmo tentar atacar um dos humanos envolvidos. O artigo avança que estes comportamentos podem piorar gradualmente e não devem ser ignorados.
Em vez de reconhecerem o sexo como uma atividade de acasalamento, a especialista diz que os cães e gatos que interrompem os donos estão muitas vezes a tentar reagir ao facto de não terem a atenção virada para eles.
O que fazer para minimizar as reações dos animais?
Os especialistas em comportamento recomendam que seja alterada a forma como o animal perceciona, por exemplo, uma porta fechada para algo mais positivo com a recurso a guloseimas ou brinquedos.
“É tão simples como fazer com que aconteçam coisas boas para o seu animal, quando uma porta se fecha atrás dele”, explicou LeeAnna Buis.
No caso dos cães, Amy Campbell refere que colocá-los num recinto pode ajudar, de forma que o animal se habitue à distância sem deixar de ter o tutor à vista.
Além disso, o artigo também indica que treinar o cão para se sentar calmamente do outro lado da grade, recompensando este comportamento com um snack que demore mais tempo a mastigar, ou um brinquedo, essencialmente, algo que desvie a atenção do tutor, também pode ser uma forma positiva de minimizar a interferência do animal e momentos de romance em casa.
Segundo o artigo do The Washington Post, aumentar progressivamente o tempo em que fica longe do tutor, ou o tempo entre as recompensas aquando de uma porta fechada em casa, também irá se refletir no comportamento do animal.
O artigo também refere que a não partilha da cama com o animal de companhia pode poupar a alguns problemas, “habituando-o a dormir no espaço dele desde o início”.