O Colégio de Veterinários de Madrid (Colvema) alertou para a importância da identificação dos animais de companhia, através de microchips, como prática essencial para reduzir e combater o abandono animal.
De acordo com um estudo da Affinity Foundation, citado pela Colvema, graças a este método, até 63% de todos os animais de companhia avaliados que estivessem perdidos ou abandonados conseguiram regressar a casa.
De acordo o relatório, e mais especificamente no caso dos gatos, nos meses de verão verifica-se um aumento da taxa de abandono. Esta é uma tendência que indica um pico diferenciador entre os meses de maio e agosto, embora o fluxo de animais que chegam aos abrigos seja constante ao longo do ano, avança o estudo.
O relatório indicou ainda que a taxa de abandono em gatos que chegaram aos abrigos atingiu 12,4% em julho de 2023, contra 4,8% em dezembro do mesmo ano. “Isto deve-se, entre outros fatores, ao facto de a estação do cio dos gatos do sexo feminino dar-se a partir de fevereiro e, portanto, ninhadas indesejadas aparecem a partir de maio. Da mesma forma, apenas 4% dos gatos que chegam aos abrigos são identificados por microchip”, explicam os autores da investigação.
O estudo identifica vários dos principais motivos para o abandono de animais: ninhadas indesejadas (14,9%), perda de interesse pelo animal (13,3%), comportamento ou falta de adaptação do animal de companhia (11,8%), fim da época de caça (11,4%), situação económica da família (9,6%) ou mudança de casa (9,1%).
Para ajudar a reduzir o abandono, Manuel Lázaro, vogal do conselho de administração da Colvema, recomenda tomar algumas medidas no momento de receber um animal de companhia em casa.
“Os tutores devem-se informar previamente com um veterinário de confiança sobre as responsabilidades de cuidar de um animal de companhia; devem esterilizar o animal quando o profissional veterinário aconselhar e educar o animal com a colaboração de um etólogo, se assim for necessário, para tornar a convivência em casa mais tranquila. E, claro, identificar o animal com um microchip para que seja reconhecido em caso de perda”, avançou o responsável.
Além disso, Manuel Lázaro frisa ainda a importância do compromisso e da responsabilidade que envolve ter um animal de companhia, assim como as obrigações e a importância de os identificar corretamente.