Investigadores da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Lusófona desenvolveram um estudo sobre a obesidade felina. Estruturado por João Almeida e Joana Tavares de Oliveira, teve como objetivo a pesquisa de prevalência, níveis de consciencialização dos proprietários para este problema emergente, e assim potenciais factores de risco que pudessem levar à prevenção da obesidade.
O estudo envolveu gatos, nos quais foram diagnosticados excesso de peso e obesidade em visitas regulares ao Médico Veterinário (MV) Assistente. Os investigadores descobriram que, na grande maioria das vezes, os proprietários subestimam a condição corporal dos seus gatos e que há uma associação entre a subestimação e um índice de condição corporal acima do normal, sugerindo que a ausência de percepção pelo proprietário poderá estar envolvida no processo inicial de ganho excessivo de peso, bem como na manutenção e progressão da obesidade já estabelecida.
Esta descoberta poderá abrir novos caminhos à prevenção desta condição, alertando para o papel fulcral do MV generalista em consultas de Medicina Felina Preventiva em Portugal.
Introdução
A obesidade define-se como uma acumulação excessiva de gordura no tecido adiposo, sendo considerada a desordem nutricional mais comum na prática clínica1–5, com efeitos negativos directos na qualidade de vida dos gatos e na redução da sua longevidade 1,6. Actualmente apresenta uma incidência cada vez maior, especialmente em áreas urbanas 8, sendo que hoje em dia a sua incidência era considerada superior a 20%9. No entanto, dependendo do autor e do país, já existem estudos que comprovam incidências superiores que variam entre os 30% e os 63%10.
Considera-se excesso de peso quando o peso corporal do animal excede em 15% o peso ideal, enquanto se considera obesidade quando o peso corporal é superior a 30% ao peso ideal.10 A etiologia da obesidade é multifactorial surgindo normalmente de um desequilíbrio entre a energia ingerida e a energia despendida resultando num balanço energético positivo provocado essencialmente por uma alimentação excessiva ou uma dieta inadequada11–13, existindo vários factores de risco capazes de provocar este desequilíbrio que podem ser classificados como endógenos (sexo, idade, raça, genética, estado reprodutivo ou perturbações hormonais) ou exógenos (dieta, factores ambientais ou subestimação dos proprietários da condição corporal)3,10,13–16. Os gatos machos, esterilizados e de idade adulta são o maior grupo de risco.17
A obesidade nos gatos aumenta o risco de aparecimento de várias doenças destacando-se a lipidose hepática felina e a Diabetes mellitus tipo 2, visto afectarem principalmente gatos obesos18–21, no entanto também está descrita na bibliografia a sua relação com o aparecimento de osteoatrite, doença do trato urinário inferior felino, doenças dermatológicas e neoplasias7,22–26, além de dificultar a avaliação clínica nomeadamente a auscultação, palpação, cálculos de doses anestésicas ou colocação de cateteres venosos 7,27 e algumas técnicas como a ecografia, colheitas de sangue ou cistocentése 28.
Atualmente existem vários métodos para se avaliar a condição corporal nos animais de companhia (Tabela 1). A avaliação do Índice de Condição Corporal (ICC) através do sistema de 9 pontos criado por Laflamme, 1997, é o método mais prático, simples e utilizado na prática clínica29–31, baseando na visualização da silhueta do animal e na palpação de regiões anatómicas especificas atribuindo-se uma classificação de acordo com a condição estimada31,32. No entanto, o método de referência é a Absorciometria de Raio-X de Dupla Energia (DEXA)9,32,33 que utiliza feixes de Raio-X que fornece informação sobre a densidade óssea, de massa magra e massa gorda4, mas apesar da sua eficácia trata-se de uma técnica dispendiosa, apenas existe em alguns centros de referência e requer bastante prática por parte do utilizador9,33,34.
Melhor do que qualquer tratamento, a prevenção é o método mais eficaz para tratar a obesidade evitando que esta apareça26 e deste modo existem alguns princípios chaves para uma prevenção eficaz: pesar e realizar um índice de condição corporal em cada visita e registá-la; informar e sensibilizar os proprietários para os perigos de ter um animal obeso ou com excesso de peso e incentivá-los a estimular uma vida saudável ao seu animal de estimação; realizar um maneio nutricional pós-esterilização e estar atento ao aumento de peso nos gatos jovens e adultos. 15,26,35
Objectivo
O objetivo principal deste estudo foi avaliar a percepção dos proprietários relativamente à condição corporal dos seus gatos, além de estimar a prevalência de obesidade e identificar factores de risco associados à obesidade.
Materiais e Métodos
Este estudo foi realizado no Hospital Veterinário Arco do Cego, em Lisboa, no período compreendido entre Novembro de 2014 e Maio 2015, sendo incluídos 70 gatos com idade superior a 1 ano, que não pertencessem a associações de acolhimento, não fossem animais errantes ou não estivessem sob medicação que pudesse influenciar o aumento de peso. Todos os dados foram recolhidos através da entrega de um questionário aos proprietários no final de cada consulta.
O questionário foi composto por 11 perguntas, sendo que as primeiras 4 perguntas diziam respeito a características intrínsecas ao animal (sexo, idade, peso e estado reprodutivo), as 6 perguntas seguintes diziam respeito a características extrínsecas (estilo de vida, tipo e frequência de alimentação, actividade física e doenças concomitantes), e a última pergunta tinha por base esclarecer a percepção dos proprietários relativamente à condição corporal do seu gato. Para esta última questão, os proprietários avaliavam a condição corporal do seu animal apenas através da visualização da tabela de Índice de Condição Corporal de 9 pontos segundo Laflamme, 1997, e após isso, o Médico Veterinário (MV) atribuía a sua classificação, explicando de forma prática como o fez.
Resultados
Gatos com diferentes características intrínsecas (sexo, idade, peso e estado reprodutivo) e extrínsecas (estilo de vida, tipo e frequência de alimentação, actividade física e doenças concomitantes) encontraram-se representados (Figura 1).
Apenas 20% dos gatos apresentavam um índice de condição corporal ideal (ICC 5), 47% dos animais tinham excesso de peso (ICC 6-7) e 29% eram obesos (ICC 8-9). Assim, 76% dos animais estavam acima do peso ideal (Figura 2).
Apenas 27% dos proprietários deram a mesma classificação que o MV, no entanto 37% subestimou o ICC do seu gato por apenas 1 ponto (Figura 3). Assim, de um modo geral e apesar de em muitos dos casos não serem necessariamente coincidentes, as classificações atribuídas pelos proprietários foram próximas das do MV de forma significativa (r(70)=0,721, p<0,001) (Figura 4). De notar que, no total 73% dos proprietários não souberam estimar a condição corporal dos seus animais, a grande maioria, 63%, subestimou essa condição corporal, e verificou-se ainda que do total destes proprietários, 89% tinham gatos com excesso de peso ou obesos.
Em relação aos factores de risco encontrou-se uma relação estatisticamente significativa entre obesidade e grupos etários mais avançados (p=0,013), menor actividade física (p=0,07) e doenças do trato urinário inferior concomitantes (p=0,003).
Discussão
Até à data, este é o primeiro estudo em Portugal sobre a percepção que os proprietários têm relativamente à condição corporal dos seus gatos. Foi possível verificar que, apesar de um modo geral os proprietários estarem próximos das classificações atribuídas pelo MV, 63% subestimou a condição corporal dos seus gatos, e que destes animais 89% têm excesso de peso ou são obesos.
É possível corroborar estes resultados com a bibliografia, Cave et al., 2012 verificou exactamente os mesmos valores de animais acima do peso ideal em que a sua condição corporal foi subestimada pelos seus proprietários. Também Kienzke & Bergler, 2006, afirmam existir uma opinião semelhante entre o proprietário e o MV mas que de facto são os proprietários de animais obesos quem mais subestima a sua condição corporal.
Deste modo, subestimar a condição corporal é um factor de risco para o aparecimento de obesidade, pois o proprietário considera que o seu gato não tem o ICC elevado e é propenso a dar-lhe mais alimento.3,17. Além disto, os proprietários não consideram que a obesidade possa constituir um problema sério para a saúde dos seus gatos 36. Cave et al., 2012, através do seu estudo verificaram que 32% dos proprietários admitiam que os seus animais tinham excesso de peso, no entanto apenas 0,8% admitiam que pudesse ter consequências graves.
Os proprietários também não conhecem os comportamentos sociais dos seus gatos e consideram uma vocalização ou sinal de afecto por parte do seu gato como um pedido de alimento e deste modo aumenta a tendência para o fazerem 37. Levine et al., 2016, refere mesmo que existem proprietários com tendência para antropomorfizar os seus gatos, no sentido em que os mesmos se podem tornar vingativos se o alimento for reduzido. Neste estudo verificou-se uma incidência de excesso de peso e obesidade 76%, resultado semelhante ao estudo de Cave et al., 2012, no entanto as incidências poderão variar consoante o país em que é feito, o autor e os critérios de inclusão.
Outro objetivo deste estudo foi o de aferir os principais factores de risco para o aparecimento da obesidade. Além da subestimação por parte dos proprietários, também a idade, actividade física e a presença de doenças urinárias foram factores de risco significativos. No caso da idade verificou-se que foi na faixa etária entre 1 ano e os 8 anos que se verificou um maior número de animais com excesso de peso ou obesos, o que está em linha com a bibliografia consultada que refere que o maior risco se situa entre 1 ano de idade e os 10 anos3,38,39. Relativamente à actividade física verificou-se que quanto menor a actividade física maiores as taxas de excesso de e obesidade, o que está em concordância com a bibliografia consultada 8,40,41.
Verificou-se também uma maior percentagem de animais com excesso de peso e obesos nos que eram portadores de alguma doença do foro urinário, no entanto ainda não existem estudos que relacionem directamente a obesidade com doença urinária, existe sim uma relação directa entre a doença urinária e o ambiente indoor 22, e o ambiente indoor e a obesidade, sendo que é possível verificar que 84% dos animais deste estudo vivem em ambiente exclusivamente indoor.
Conclusão
Através deste estudo foi possível comprovar que, de um modo geral, os proprietários quando confrontados com uma tabela esquematizada são capazes de chegar a uma razoável aproximação do ICC do seu gato. No entanto, a maioria daqueles que subestimaram o ICC dos seus animais são os proprietários de gatos obesos ou com excesso de peso. Também é possível observar que a prevalência de obesidade e de excesso de peso, no seu conjunto, foi bastante elevada (76%).
Estes resultados mostram que os proprietários dependem dos Médico Veterinários para reconhecerem a melhor qualidade de vida possível que podem dar ao seu gato visto que, de um modo geral, os proprietários não sabem reconhecer sinais de obesidade nos seus gatos42 e para isso é importante que os profissionais adquiram mais treino e conhecimento sobre todos os aspectos relacionados com a obesidade e adquiram estratégias de comunicação de modo a incentivar os proprietários a trabalharem em prol da saúde do seu gato. Fornecer aos proprietários uma escala visual de modo a ensiná-los a avaliar a condição corporal dos seus gatos produz melhores resultados do que uma descrição verbal 3. É altura de se tomar uma posição e parar de ignorar umas das principais causas de morbilidade e mortalidade nos nossos gatos. 1
“Pet obesity is a people problem not a pet problem” 42
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