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Conheça o SIVIZ: Sistema de vigilância e deteção precoce de zoonoses alicerçado no conceito One Health

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O projeto Sistema Integrado de Vigilância de Zoonoses (SIVIZ) foi apresentado, no passado dia 1 de outubro, no âmbito do V Congresso Nacional dos Médicos de Saúde Pública, numa sessão dedicada à One Health que contou com a participação de Yolanda Vaz, médica veterinária e diretora de Serviços de Proteção Animal da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), e de Pedro Pinto Leite, médico especialista em Saúde Pública e diretor de Serviços da Direção de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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O desenvolvimento de um sistema de informação para apoiar a abordagem One Health com o foco na vigilância de zoonoses, resposta e comunicação com os agentes de saúde e o público serviu de impulso à criação do SIVIZ, um projeto que envolve autoridades competentes em matéria de saúde humana (DGS) e animal (DGAV) e os laboratórios nacionais de referência (INSA e INIAV), com o objetivo de estabelecer um sistema nacional integrado e inovador de vigilância de zoonoses – como a Febre do Nilo Ocidental, a Febre do Vale de Rift, a Febre Q, a Febre hemorrágica Crimean-Congo, Encefalite transmitida por carraças e Hepatite E – e, em última instância, controlar e eliminar doença zoonóticas endémicas, tropicais negligenciadas e transmitidas por vetores.

 

No entender de Yolanda Vaz, o que mais muda com o SIVIZ é a noção de risco dos profissionais. À margem da sessão, e em entrevista à VETERINÁRIA ATUAL, a médica veterinária sublinhou que “é preciso não esquecer que é a noção de risco que conduz a boas práticas e o mais interessante é que com o SIVIZ nos podemos ajudar uns aos outros a enquadrar essa noção de risco”.

Pedro Pinto-Leite não tem dúvidas de que esta plataforma “vai ajudar a colocar as zoonoses na agenda”, na medida em que permite uma deteção mais precoce das mesmas – por meio dos alertas entre as instituições que são gerados pelo sistema –, encurtando o tempo de resposta, agilizando a comunicação e formalizando a articulação entre os diversos agentes.

 

Além disso, vai permitir gerar informação e dados, “fundamentais para tornar mensurável o trabalho que já se faz neste âmbito e que é muito, apesar de os recursos dedicados nem sempre serem em proporção”, adiantou Yolanda Vaz. Dados esses que, segundo a médica veterinária, vão ajudar a consubstanciar a evidência necessária para basear a identificação e priorização de intervenções direcionadas no sentido de prevenir o surgimento e a propagação de patógenos zoonóticos, bem como de reduzir os riscos de epidemias e pandemias zoonóticas emergentes e reemergentes.

Direitos reservados | Júlio Gouveia-Carvalho e Yolanda Vaz

De acordo com a responsável da DGAV, “o SIVIZ é uma plataforma que se pretende dinâmica e com entradas de várias origens, capaz de produzir uma alarmística, a partir da qual são espoletados procedimentos previamente desenvolvidos para cada potencial situação, e que serve de ponto de partida para um trabalho em equipa inter-instituições que pode traduzir-se, por exemplo, em investigações epidemiológicas em conjunto”.

 

No entender de Yolanda Vaz, o que mais muda com o SIVIZ é a noção de risco dos profissionais. À margem da sessão, e em entrevista à VETERINÁRIA ATUAL, a médica veterinária sublinhou que “é preciso não esquecer que é a noção de risco que conduz a boas práticas e o mais interessante é que com o SIVIZ nos podemos ajudar uns aos outros a enquadrar essa noção de risco”.

Recuando aos primórdios do conceito de “Uma só Saúde”, Júlio Gouveia-Carvalho, médico veterinário e comandante da Unidade Militar Laboratorial de Defesa Biológica e Química, lembrou que “esta era, inicialmente, uma abordagem que concorria para ganhos em Saúde Pública”. Com a integração do ambiente, deixou de ser tripartida e passou a ser quadripartida, “com todas as áreas a concorrerem umas paras as outras, em paridade”.

 

One Health e a fronteira animal-homem

A medicina veterinária e o conceito One Health voltaram a estar em destaque numa outra sessão do V Congresso Nacional dos Médicos de Saúde Pública, desta feita numa perspetiva mais macro e histórica, com o foco no tema da fronteira animal-homem.

Júlio Gouveia-Carvalho, médico veterinário e comandante da Unidade Militar Laboratorial de Defesa Biológica e Química, foi o preletor convidado para promover esta reflexão e debate em torno da importância da adoção de uma abordagem One Health nas ações de prevenção, vigilância e investigação epidemiológica das doenças zoonóticas.

Em declarações à VETERINÁRIA ATUAL, à margem da sessão, o responsável apontou a biossegurança como um desafio cada vez mais premente no contexto da abordagem One Health. Recuando aos primórdios do conceito de “Uma só Saúde”, o veterinário lembrou que “esta era, inicialmente, uma abordagem que concorria para ganhos em Saúde Pública”. Com a integração do ambiente, deixou de ser tripartida e passou a ser quadripartida, “com todas as áreas a concorrerem umas paras as outras, em paridade”.

No que ao SIVIZ diz respeito, Júlio Gouveia-Carvalho destaca o facto de esta plataforma permitir responder a outro desafio atual: o da partilha de dados.

 

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