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Animais de Companhia

Impacto prolongado devido ao confinamento provocado pela Covid-19 afeta animais no Reino Unido

Impacto prolongado devido ao confinamento provocado pela Covid-19 afeta animais no Reino Unido iStock

Cinco anos após o início das restrições impostas pelo confinamento devido à Covid-19, os animais no Reino Unido continuam a sofrer consequências significativas, conforme alertou a Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA).

Em 2024, a organização declarou ter recebido 22.503 relatos de abandono de animais, o número mais alto desde o início da pandemia. Atualmente, mais de 1.200 animais estão hospedados em instalações privadas financiadas pela RSPCA, uma vez que os seus próprios centros de resgate atingiram a capacidade máxima.

 

Caroline Allen, veterinária-chefe da RSPCA, apontou os custos dos cuidados veterinários como um dos contributos para o “problema massivo de abandono”, embora ressalve que não trata de culpar os médicos veterinários por esta situação.

Além disso, a RSPCA também expressou preocupação com o aumento dos tutores que recorrem à automedicação dos seus animais de companhia. Entre março de 2023 e março de 2024, registaram-se quase 45.000 pesquisas no Google com a pergunta: “Posso dar paracetamol ao meu cão?”.

 

Samantha Gaines, chefe do departamento de animais de companhia da RSPCA, destacou que 36% dos inquiridos no Animal Kindness Index tomaram medidas para reduzir os custos associados aos seus animais de companhia, incluindo 4% que deixaram de visitar totalmente a sua clínica veterinária.

“No entanto, com a suspensão temporária de procedimentos não urgentes por parte dos veterinários, há o receio de que isso tenha levado muitas pessoas a considerar normal faltar às consultas de rotina ou até tentar medicar os seus animais por conta própria, em vez de procurarem orientação profissional”, frisou Samantha Gaines.

 

Já Rob Williams, vice-presidente da British Veterinary Association (BVA), reconheceu que a pandemia teve um impacto significativo no setor veterinário, mas argumentou que as crises financeiras subsequentes foram os fatores mais determinantes para as atuais preocupações com o bem-estar animal.

Samantha Gaines mencionou ainda que “a crise do custo de vida, para muitos, é um legado da pandemia”.

 
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