O 10º Encontro de Formação da Ordem dos Médicos Veterinários (EFOMV) decorreu este fim de semana no Centro de Congressos de Lisboa e voltou a reunir os profissionais do setor. Trouxe para o debate temas estruturantes da medicina veterinária, em torno da gestão dos CAMV, das condições salariais, dos direitos laborais dos profissionais e do bem-estar animal.
“Qual o impacto da entrada dos grandes grupos económicos na carreira médico veterinária?” foi o ponto de partida da Mesa-Redonda que contou os oradores Hugo Melo, Luís Cruz, Paulo Pimenta e Rúben Mendes. Os profissionais presentes no debate destacaram o papel impulsionador que estes grupos podem assumir na melhoria das condições de trabalho e salariais dos funcionários, assim como a capacidade de captação de novos recursos humanos para as empresas.
Sublinharam também a maturidade britânica no mercado corporate veterinário. De acordo com os dados do Vet Survey 2021, 48% dos veterinários do Reino Unido trabalham neste regime. Já em Portugal, à data do estudo, o valor era de 5%. Além disso, o exercício da profissão no Reino Unido tem se mostrado apetecível para veterinários oriundos de diversos países, que procuram melhores condições de carreia e estabilização.
Os profissionais alertaram ainda para a necessidade de ação dos veterinários na melhoria da sua carreira e para não ficarem à espera da atuação do mercado corporate neste sentido. O registo de escalões, as escalas remuneratórias associadas e o horário de trabalho adequado à atividade devem ser tidos em conta e contemplado no estatuto profissional do médico veterinário, como acontece nas outras profissionais ligadas à área da saúde.
Os direitos laborais da profissão foram discutidos por Pedro de Almeida Cabral, do Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários, que também deixou recomendações ao nível do horário de trabalho das equipas veterinárias.
O bem-estar dos animais de produção foi outro dos pontos debatidos no encontro de formação. O médico veterinário João Caseiro abordou a temática em torno dos frangos, trazendo para cima da mesa o papel dos veterinários na certificação de bem-estar animal. Esta exige um “questionário e controlo documental”, “auditoria às aves vivas” e “alguns parâmetros avaliados em matadouros”. Entre outros tópicos, a auditoria às aves vivas, de acordo com o orador, implica uma “avaliação qualitativa do comportamento, teste de cartolina − avaliação das poeiras, quantidade e tipo de bebedouros e comedouros e o teste de distância de fuga”. O médico veterinário reforçou a importância de olhar de diversos ângulos e que as principais dúvidas se encontram nas pipetas, na densidade e no espaço exterior.
Leia a cobertura do evento na íntegra na edição 171, maio, da VETERINÁRIA ATUAL.