Na edição de setembro da VETERINÁRIA ATUAL publicamos uma entrevista com Jorge Cid, presidente da APMVEAC, que defende um debate na classe médico-veterinária sobre este assunto, além do ponto de vista da Direção Geral de Alimentação e Veterinária.
A APMVEAC endereçou uma carta ao secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agro-Alimentar, Nuno Vieira e Brito, com conhecimento à diretora-geral de Alimentação e Veterinária, Maria Teresa Vila de Brito, a contestar a nova lei que permite ao médico veterinário estabelecer a periodicidade da administração da Vacina Antirrábica e a pedir a sua suspensão. Porquê?
A APMVEAC considera que este problema é de tal maneira importante que deveria ter havido um debate no seio da classe médico-veterinária sobre todo este assunto, e tanto quanto é do nosso conhecimento ninguém foi consultado sobre esta temática.
E já obtiveram alguma resposta à carta que endereçaram ao secretário de Estado e à DGAV?
Sim, a DGAV já nos respondeu e temos uma audiência marcada para o próximo dia 2 de outubro com o secretário de Estado.
O que a APMVEAC pretende transmitir nessa audiência?
Principalmente o grande risco da implementação desta medida. Somos da opinião que deveria ter havido um estudo sobre o respetivo impacto desta alteração, que para nós é uma medida meramente burocrática. Não conhecemos qualquer estudo sobre quais as possíveis repercussões no futuro.
O que está em causa?
Entre as várias vacinas disponíveis, alguns laboratórios farmacêuticos registaram as mesmas com validade três anos, enquanto outras têm um registo de validade anual. Tanto quanto sei, os laboratórios destas vacinas que estão registadas para um ano vão pedir igualmente o registo para três anos. O que não temos e que é colocado em causa diz respeito aos estudos em que se baseiam os laboratórios para poder afirmar que a validade da vacina é de três anos. Nos folhetos informativos dos laboratórios tal informação é omissa, sabendo nós que o nível de anticorpos pode variar de acordo com muitos fatores, nomeadamente a associação de outros medicamentos ou vacinas aplicadas, o estado de imunidade do próprio animal e a presença de doença crónica. Existe também um estudo internacional que aponta para uma falha de seroconversão de animais vacinados com vacinas antirrábicas de diferentes fabricantes na ordem dos 5%. Achamos que é altamente arriscado decretar que a vacina antirrábica tem a validade de três anos. Também há quem defenda um rapel a seguir à primovacinação, o que não existe em Portugal, existindo outros países com outras metodologias.
Nota: Ler o artigo na totalidade na edição de Setembro da VETERINÁRIA ATUAL