“Pela primeira vez o programa incluiu várias sessões temáticas dedicadas à parte da cirurgia e do linfoma. Por exemplo, os patologistas referiram que foi muito importante verem o ponto de vista do cirurgião, do clínico, para se gerar um consenso”. Para Joaquim Henriques, um dos responsáveis pela organização do evento, este constituiu uma espécie de kick off “para o que acreditamos vir a ser um consenso sobre a abordagem a determinadas doenças”.
A nível de oncologia veterinária em Portugal, Joaquim Henriques refere que há cada vez mais pessoas interessadas nesta área e “existem grupos a fazer investigação, vimos isso nas apresentações que foram feitas no congresso, como a genética do tumor ou a expressão de determinados marcadores, e depois há a parte clínica, com centros que podem ter mais casuística que outros”.
Para o médico veterinário, dado o conhecimento profundo a que esta área obriga, “o importante é que os animais sejam tratados por pessoas com conhecimentos da área, e não pelo clínico geral. À medida que o mercado de trabalho se estrangula na clínica geral, as pessoas tendem a diferenciarem-se”. Daí que a referenciação seja importante: “recebo muitos casos de referências, mas é muito menos do que deveria ser e muitas vezes já é tarde demais. Ainda temos muitos veterinários generalistas a fazer quimioterapia, a fazer cirurgia de determinados tumores, e isso condiciona o sucesso terapêutico. O facto de um animal ser tratado numa primeira opinião vs num centro de referência pode ser o suficiente para lhe diminuir 50% a sua sobrevivência”.