Depois de analisados os cadáveres ficou concluído que estavam infetados com um fungo que causa uma doença (quitridiomicose) responsável pelo declínio de muitas espécies de anfíbios.
Depois do alerta da investigadora espanhola, Gonçalo M. Rosa contabilizou sapos-parteiros na Serra da Estrela para avaliar o impacto da infeção. Os resultados da investigação mostram que houve uma diminuição de 67% de sapos-parteiros acima dos 1200 metros.
De acordo com o Público, o investigador diz que não tem visto muita mortalidade porque já não há indivíduos. “Está-se ali com o camaroeiro, à procura de girinos, e não se encontra nada”, declarou Gonçalo M. Rosa, doutorando do Instituto Durrell da Conservação e Ecologia na Universidade de Kent, no Reino Unido.
O fungo do sapo-parteiro foi identificado pela primeira vez na Península Ibérica em 1997 por Jaime Bosch, do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid. “A quitridiomicose está associada aos insetos e esta é a primeira espécie descrita a infetar vertebrados”, explica Gonçalo M. Rosa.
O estádio adulto deste fungo lança células microscópicas com flagelo, que se agarram a superfícies vivas com queratina, uma proteína que está na pele dos mamíferos e na dos anfíbios. Os girinos do sapo-parteiro só têm queratina na boca e é aí que o fungo se instala. Depois da metamorfose, cresce para a pele.
O investigador português vai voltar à Serra da Estrela em maio para prosseguir com a investigação.