A formação para treinadores de cães perigosos e potencialmente perigosos tornou-se obrigatória há mais de seis meses, contudo, neste momento, existem apenas cinco treinadores certificados pela PSP e pela GNR.
De acordo com a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), na passada semana a PSP esteve no terreno com uma ação de fiscalização para identificar eventuais infrações. No final da ação 255 pessoas acabaram por ser multadas, nomeadamente por animais não registados, falta de vacinas, cães passeados sem trela e, no caso dos cães potencialmente perigosos, sem os obrigatórios açaimes.
Hugo Amaral, diretor do Gabinete de Relações Públicas da PSP citado pela Lusa, refere que “temos que reconhecer que estes números [de treinadores] são baixos. Foi também um dos aspetos que nos levou a pensar e a executar esta ação. Não só a questão da publicitação da necessidade de haver mais treinadores, mas através deste contato direto com as pessoas, com aquelas pessoas que nós sabemos serem portadoras de cães, passar a mensagem.”
Pedro Moleiro, um dos cinco treinadores já certificados pela PSP e também citado pela agência Lusa, diz estar contra esta lei que obriga os donos de cães de raças perigosas a terem certificação. “Ele vai gastar tempo, dinheiro, muito dinheiro, provavelmente, porque tem um cão difícil de treinar e vai continuar a andar com o cão à trela curta, a fazer o seguro para o cão, o cão vai ter que continuar a usar açaime. As coisas vão ficar na mesma. A pessoa que tem um cão perigoso vai gastar o seu tempo e dinheiro para quê?”