Um estudo recente questiona as vantagens da toma de probióticos para os gatos, mas, apesar de os resultados sugerirem certos benefícios, os autores pedem mais investigação.
Há pesquisas que indicam que os probióticos podem ajudar a tratar ou prevenir algumas condições específicas, como a diarreia associada à toma de antibióticos.
E, embora os cientistas sejam céticos sobre os benefícios dos probióticos baseados em alimentos disponíveis comercialmente, as bactérias que residem no intestino dos mamíferos são vitais para a saúde do mesmo. Como explicam os autores de um estudo recente, as bactérias intestinais podem reforçar as defesas imunitárias de um animal, melhorar a digestão e ajudar o metabolismo energético.
Porém, outros estudos demonstram que, em gatos e cães, as alterações na flora intestinal normal podem causar inflamação intestinal e doenças associadas ao stresse.
Mais recentemente, um grupo de investigadores decidiu investigar se um probiótico poderia então influenciar as “condições nutricionais e a qualidade fecal em gatos saudáveis”. Para o estudo, selecionaram dez gatos da raça Maine coon adultos saudáveis e alimentaram todos os animais com a mesma dieta. A cinco dos gatos foi ainda dada uma estirpe da bactéria Lactobacillus acidophilus – espécie comum em gatos, cães e humanos.
Os resultados foram publicados na revista BMJVet Record Open. Ao longo das cinco semanas de teste, os cientistas pesaram os gatos, avaliaram a sua condição corporal através das Diretrizes de Avaliação Nutricional para Cães e Gatos, projetadas pela Associação Americana de Hospitais de Animais, avaliaram a firmeza através do sistema de pontuação fecal Nestlé Purina e mediram os níveis de humidade fecal no laboratório.
Todos os gatos permaneceram saudáveis durante o estudo, sem efeitos colaterais e mantiveram uma composição corporal ideal. Basicamente, não foram encontradas diferenças de peso entre os gatos dos grupos de controlo e probióticos.
No entanto, as fezes dos gatos do grupo probiótico eram mais secas, apresentavam maior “qualidade”, e continham níveis mais altos de L. acidophilus, o que demonstra que a suplementação teve o impacto desejado.
As fezes do grupo probiótico tinham também níveis mais baixos de bactérias coliformes, como Escherichia coli. Segundo os autores, tal revela “que os probióticos têm um leve efeito protetor sobre as espécies de bactérias invasoras”.
Apesar destes resultados, a amostra foi reduzida, pelo que é necessário continuar a investigação para poder obter resultados mais fiáveis e generalizáveis.