“Temos evoluído a par dos cães há vários milénios, mas ninguém entende, de facto, qual a razão pela qual nos sentimos tão bem perto deles”, refere Kim Kelly, uma das responsáveis pelo estudo.
“Será que é só porque são macios e porque gostamos de lhes fazer festas ou passa-se algo mais para lá da superfície? A questão que se coloca é: será que a relação entre os cães e os humanos ‘migrou’ para debaixo da pele? Nós acreditamos que sim”, defende a antropóloga.
De acordo com os investigadores, o sistema digestivo humano ‘acolhe’ mais de 500 tipos de bactérias, boas e más. Entre as boas estão os probióticos, que permitem manter o intestino saudável e auxiliam na digestão dos alimentos, fortalecendo ainda o sistema imunitário.
Os cientistas querem entender se viver com um cão também encoraja o crescimento destes microrganismos positivos no intestino humano, contribuindo para melhorias ao nível da saúde física e mental.
“Achamos que os cães podem funcionar como probióticos e melhorar a saúde das bactérias que vivem no intestino. Estas bactérias, que formam a chamada ‘microbiota’, são consideradas cada vez mais importantes para a saúde física e mental, em especial ao longo do envelhecimento”, refere Charles Raison, coordenador do estudo.
Durante a investigação, cada participante vai ter um cão na sua casa durante três meses e os cientistas vão analisar fatores como as bactérias intestinais, a dieta, os níveis de atividade física e as funções imunitárias dos voluntários, bem como dos cães.