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Animais de Produção

O papel da caça maior na persistência da infeção por Mycobacterium e Brucella na pecuária

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Tanto a brucelose como a tuberculose são doenças zoonóticas de notificação obrigatória, que constituem um risco para a saúde pública. São ambas de origem bacteriana, complexo Mycobacterium tuberculosis responsável pela tuberculose e género Brucella pela brucelose, e afetam as espécies cinegéticas javali (Sus scrofa) e veado (Cervus elaphus), podendo haver transmissão aos animais domésticos, nomeadamente bovinos, pequenos ruminantes e suínos, bem como ao Homem. A ocorrência destas zoonoses no Homem está associada à ingestão de alimentos de origem animal contaminados, como leite não pasteurizado e queijo, contacto direto com animais infetados ou seus cadáveres ou à inalação de aerossóis por contacto próximo. De salientar, portanto, a existência de risco de exposição ocupacional, nomeadamente para trabalhadores pecuários, trabalhadores de matadouros e médicos veterinários. Também os caçadores podem contrair estas infeções através do contacto com javalis e veados que são as duas espécies silváticas que mais contribuem para a manutenção e transmissão em Portugal da tuberculose animal.

Doenças Infeciosas Animais: a Tuberculose e a Brucelose

As doenças infeciosas emergentes e reemergentes representam uma séria ameaça para a saúde pública e animal, além de terem fortes impactos na economia global. Essas infeções são predominantemente zoonóticas (60,3%), transmitindo-se do animal ao Homem, sendo a maioria (71,8%) de origem na vida selvagem (Jones et al., 2008). No nosso país, a atividade de caça representa uma ocasião relevante de interação do Homem com a fauna selvagem, concretamente com as espécies cinegéticas de caça maior como o javali e o veado. Estas espécies, fundamentais na preservação dos ecossistemas, podem, contudo, atuar como reservatórios de agentes patogénicos capazes de infetar animais domésticos e o Homem, podendo estas infeções ocorrer em ambos os sentidos. Assim, é fundamental a monitorização, prevenção e controlo de doenças naquelas espécies, não só para salvaguarda da saúde animal e da biodiversidade, mas também para garante da saúde pública pelo risco de zoonoses ou de introdução de produtos contaminados na cadeia alimentar. Nesse contexto, foi desenvolvida a Estratégia Sanitária para as Espécies Cinegéticas (DGAV, ICNF, INIAV, 2015), num esforço conjunto da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas IP (ICNF) e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária IP (INIAV), a qual tem como objetivo, entre outros, a identificação e monitorização de certas doenças infeciosas, nomeadamente as que já vinham sendo acompanhadas por planos de vigilância ou erradicação específicos, e as que são objeto de outros planos, como é o caso do Plano de Vigilância Sanitária em Caça Maior (DGAV, 2022).

A brucelose é causada por bactérias do género Brucella, que podem infetar diversas espécies de mamíferos. Em Portugal, os bovinos, ovinos e caprinos estão abrangidos por planos de erradicação, que visam obter e manter o estatuto indemne à infeção por B. abortus, B. melitensis e B. suis, a fim de permitir a livre circulação dos animais e proteger a saúde pública. A brucelose suína, causada por Brucella suis, é também uma doença de declaração obrigatória, raramente transmitida ao Homem, mas cujo controle sanitário apenas é realizado nos animais reprodutores, destinados à inseminação artificial, e nos animais para exportação.

A tuberculose, uma doença crónica, de progressão lenta e altamente contagiosa, é causada por micobactérias patogénicas agrupadas no designado complexo Mycobacterium tuberculosis. Considerando populações animais, como gado e fauna silvática, M. bovis e M. caprae são, de longe, os agentes patogénicos mais relevantes, pertencentes a este complexo. O programa de erradicação de tuberculose nos bovinos, baseado no teste e abate de efetivos infetados, tem permitido progressos na redução da incidência desta doença sem que, infelizmente, tenha sido alcançada a sua erradicação em todo o território nacional. Ao contrário dos bovinos, os caprinos apenas são testados quando em coabitação com bovinos infetados, pelo que apenas nesta situação, ou após achado de lesões suspeitas na inspeção sanitária ao abate, se procede ao diagnóstico da infeção.

A importância da vigilância na caça maior

A vigilância epidemiológica de brucelose e tuberculose na caça maior, que inclui o registo e a observação sistemática de casos suspeitos ou confirmados daquelas doenças infeciosas, permite identificar as fontes de infeção, as vias de transmissão e a distribuição espácio-temporal destas doenças e constitui a base para o desenvolvimento de estratégias de intervenção para o seu controlo. O INIAV, a par do apoio laboratorial à execução dos planos de vigilância e erradicação daquelas zoonoses, tem realizado, em conjunto com outras equipas, estudos científicos que permitiram confirmar a circulação endémica de B. suis em javalis e de M. bovis em javalis e veados.

Relativamente à brucelose, em Portugal, tem sido frequentemente isolado B. suis biovar 2 em javalis, os quais são considerados um importante reservatório deste agente patogénico (Cvetnic et al., 2005; Ferreira et al., 2012; Galindo et al., 2010; Godfroid et al., 2010; De Massis et al., 2019; Muñoz et al., 2019). O Laboratório Nacional de Referência da Brucelose, pertencente ao INIAV, analisou amostras de 918 javalis abatidos em montarias realizadas entre 2003 e 2010, com o isolamento de B. suis biovar 2 em 63 animais, indicando uma prevalência aparente de 6,9%. Os animais infetados distribuíram-se por todo o País, embora a prevalência de infeção seja mais elevada no interior Norte e Sul de Portugal. Mais recentemente, foram analisadas amostras de 136 javalis e 57 veados (recolhidas durante a época de caça de 2023), tendo sido isolado B. suis biovar 2 num javali (0,7%). Desde 2005 que têm sido efetuados estudos neste Instituto, em colaboração com outros investigadores, que visaram melhorar os métodos de diagnóstico da brucelose suína (Ferrão-Beck et al., 2006; Almendra et al., 2008; Ferreira et al., 2012; Ciocchini et al., 2016), bem como alargar o conhecimento sobre a diversidade genética das estirpes de B. suis biovar 2 que circulam em Portugal (Ferreira et al. 2016, 2017a, 2017b). Foram, assim, identificados cinco perfis de restrição (haplótipos) entre os isolados de biovar 2, com dois haplótipos específicos restritos a Portugal e Espanha (2d e 2e) e o três haplótipos restantes (2a, 2b e 2c), disseminados pela Europa, com exceção da Península Ibérica. Assim, B. suis biovar 2 é considerado enzoótico nas populações de javalis e de lebres, no Norte, Centro e Sudeste da Europa, que serão responsáveis pela transmissão da B. suis aos suínos e, ocasionalmente, aos bovinos (van Tulden et al., 2020), contribuindo para o aumento da preocupação sobre o risco de transmissão da B. suis biovar 2 do javali para o porco doméstico, especialmente em áreas onde estes são criados num sistema extensivo ou ao ar livre. É também sabido que B. abortus e B. melitensis são ocasionalmente transmitidas entre ungulados selvagens e domésticos que frequentemente estão associados à infeção no Homem.  Contudo, até à data, nunca houve isolamento de Brucella spp. em veados (ou outros ungulados) no INIAV.

Em relação à tuberculose animal, as espécies M. bovis e M. caprae têm sido identificadas em vários hospedeiros de vida selvagem, nomeadamente no texugo, veado, javali, raposas vermelhas, visons e furões (EFSA, 2023). No nosso país, a vigilância em veados e javalis, nomeadamente no Alentejo e Beira Interior, particularmente no concelho de Idanha-a-Nova ao longo da região raiana, evidenciou uma incidência crescente de lesões suspeitas da tuberculose, confirmadas laboratorialmente. Esta evidência, associada à elevada densidade e expansão geográfica das populações de ungulados silvestres, levou a que a DGAV estabelecesse, em 2011, uma área epidemiológica de risco para a tuberculose dos animais de caça maior, através da publicação do Edital nº 1 – Tuberculose em Caça Maior, e promovesse ações de divulgação que também passaram pela publicação do Guia de Boas Práticas Higio-Sanitárias em Caça Maior. A aplicação do Edital obriga, em todas as batidas, montarias ou ações de correção de densidade populacional com recurso a utilização de cães com exceção das esperas, ao exame inicial dos animais de caça maior abatidos por um médico veterinário designado, para identificação de lesões sugestivas de tuberculose, recolha de amostras dos animais suspeitos (com lesões macroscópicas) para diagnóstico laboratorial e encaminhamento e eliminação adequados de subprodutos e das peças de caça suspeitas.

Em Portugal não existem evidencias científicas de transmissão de tuberculose ao Homem a partir de caça infetada, o que poderá ser explicado pelo facto de, no setor da saúde pública, após obtenção de resultado positivo para o complexo Mycobacterium tuberculosis, a identificação ao nível de espécie com possível identificação de M. bovis ou M. caprae ser feita apenas em situações particulares. Nos EUA – Michigan um foco enzooótico de M. bovis em veados foi identificado em 1994, com subsequente evidencia de transmissão a explorações bovinas próximas. Entre 2002 e 2017, três caçadores de veados do Michigan foram reportados com infeção por M. bovis (Sunstrum et al.,2024)  Mais casos humanos relacionados com focos zoonóticos em veados foram estudados, entre 2019 e 2022, por sequenciação do genoma total de isolados de M. bovis e confirmada a associação molecular entre quatro casos humanos, veados e bovinos. Estudos liderados pelo INIAV desde 2003 (Reis et al., 2021), em parceria com a DGAV, permitiram sustentar a investigação epidemiológica de surtos em explorações e casos de reinfeção após vazio sanitário associados à movimentação animal. Estes estudos têm ainda evidenciado a elevada diversidade genotípica de M. bovis nas espécies de ungulados do território nacional e mostrado a existência de genótipos comuns com os de surtos ocorridos em Espanha. O INIAV tem ainda colaborado com várias entidades no estudo da dinâmica de movimentos de bovinos de explorações positivas e a sua relação com parâmetros de análise genética e de distância genómica. Os estudos científicos levados a cabo têm sido importantes para se conhecer e caracterizar a situação da tuberculose no terreno e para que se possam adequar medidas de controlo sanitário às zonas onde comprovadamente M. bovis circula.

O reconhecimento de espécies cinegéticas como o javali e o veado como reservatórios de brucelose e tuberculose e a consciencialização das interações entre aquelas espécies e animais domésticos, facilitadas pelo crescente número de sistemas de produção animal, seja de bovinos ou suínos, em regime extensivo, aumenta o risco de infeções multi-hospedeiro (Cunha et al., 2011; Palmer et al., 2012), para o que também contribui a própria contaminação ambiental. De facto, os sistemas de produção extensivos, aliciantes do ponto de vista económico para os produtores, ou mesmo por questões associadas ao bem-estar animal, não beneficiam do isolamento das explorações intensivas no que se refere ao contacto com animais selvagens o que, aliado à existência de espécies reservatório na natureza, dificulta o controle e erradicação daquelas zoonoses, principalmente nas situações de elevada densidade populacional. Quando estas doenças se instalam em populações silvestres, como o javali e o veado, o seu controlo e sua eliminação tornam-se mais complexos e desafiantes, obrigando a considerar as doenças infeciosas sob um ponto de vista sanitário diferente, levando à necessidade de combinar diferentes estratégias de intervenção, desde o reforço de medidas de biossegurança, à eliminação massiva de animais em áreas infetadas. Para além das implicações óbvias em saúde animal, saúde pública e biodiversidade, a manutenção destas zoonoses nas espécies cinegéticas causa também avultados danos no turismo cinegético, no comércio da carne de caça e põe em causa o valor cultural, recreativo e económico das montarias e dos outros processos de caça dirigidos aos ungulados cinegéticos. Para o controlo destas zoonoses, os caçadores poderão ter um papel primordial atuando como observadores de primeira linha nos sistemas de vigilância de agentes patogénicos zoonóticos na vida selvagem, reportando sinais precoces da possível presença de uma doença nos animais de caça que observam e manipulam regularmente, fornecendo um serviço essencial não só para a gestão e controlo da população de vida selvagem, mas também para a saúde veterinária e pública.

Próximos desafios

Considerando que espécies cinegéticas como o javali e o veado apresentam frequentemente infeção por B. suis biovar 2 ou por M. bovis e que as populações destes animais silváticos têm vindo a expandir-se para áreas com produções de suínos ou ruminantes em regime extensivo, torna-se importante conhecer a verdadeira prevalência desta infeção nestas espécies animais. Para tal, será necessário adotar uma abordagem multidisciplinar que requer uma combinação de vigilância ativa, diagnósticos laboratoriais e monitorização ambiental.

A contaminação ambiental, seja com membros do complexo Mycobacterium tuberculosis (Ghodbane et al., 2014; Velayati et al., 2015; Barasona et al., 2017), seja com Brucella spp. (Scholz et al. 2008; Blaiotta et al. 2016; Rais et al. 2017), é uma realidade que apenas recentemente começou a ser abordada, existindo, no entanto, um conjunto crescente de evidências que mostram que a água e o solo, contaminados por fezes, urina, muco, sangue, ou produtos de aborto infetados, poderão ser veículos de transmissão destes organismos, sugerindo que o ambiente representa uma fonte potencial de infeção de pessoas e animais. Brucella spp. é capaz de sobreviver por períodos prolongados no ambiente, especialmente em condições que favoreçam sua sobrevivência, como baixa temperatura e presença de matéria orgânica. No solo, a bactéria pode permanecer viável por semanas ou até meses, dependendo das condições ambientais (Aune et al. 2012). Os membros do complexo Mycobacterium tuberculosis, devido à estrutura típica da sua parede celular, rica em lípidos, apresentam também resistência no ambiente, com sobrevivência por 10 meses na expetoração seca e 5 meses em água (Fine et al. 2011). De notar, o trabalho de Barasona et al. (2017) analisando o habitat de bovinos, javalis e veados em Espanha e Portugal, que sugere que os pontos de água serão potenciais riscos críticos para a transmissão do complexo Mycobacterium tuberculosis entre animais domésticos e silvestres, tendo observado que 55,8% dos pontos de água para animais, como pequenos poços de água, testaram positivo para este complexo. A viabilidade a longo prazo destes agentes infeciosos no ambiente aumenta o risco de exposição a uma variedade de espécies que partilham o mesmo habitat, potenciando a transmissão indireta destes agentes. Assim, a monitorização dos solos para a presença de Brucella spp.e de membros do complexo Mycobacterium tuberculosis é uma ferramenta essencial para entender a ecologia destas bactérias no ambiente e seu impacto nas populações de animais selvagens e domésticos, podendo também contribuir para o delineamento de estratégias para mitigar a transmissão ao  Homem.

Compreender as vias de excreção dos membros do complexo Mycobacterium tuberculosis é crucial para definir as estratégias de controlo de tuberculose em populações de caça maior. Em estudos realizados em Portugal (Santos et al., 2015) comprovou-se que a excreção oro nasal ou bronquial-alveolar foi detetada com maior frequência do que a excreção fecal ou urinária. Verificou-se ainda a existência de super-excretores (micobactérias >103 CFU micobactérias por g ou mL de amostra), tendo os veados apresentado um maior risco de serem super- excretores, em comparação com os javalis exercendo, por isso, um papel epidemiológico de enorme relevância, amplificando a transmissão direta e indireta da infeção. O conhecimento da importância dos veados como super- excretores, permitirá orientar a sequenciação do genoma completo (WGS) de isolados bacterianos a isolados de M. bovis ou M. caprae obtidos em veados conseguindo-se, rapidamente, dados de alta resolução para estudos de epidemiologia molecular, nomeadamente, conhecer a fonte e as vias de transmissão de surtos, filogeografia e história evolutiva de epidemias. Será, assim, possível fazer estudos retrospetivos de um determinado tipo molecular de M. bovis isolado de veados na zona de risco de Idanha-a-Nova, como conhecer a sua estrutura espacial ao longo de uma determinada janela temporal. O uso do WGS para monitorização em rotina de surtos de tuberculose animal está no seu início, mas é, definitivamente, uma ferramenta de grande potencial que melhorará   a vigilância e o controlo da tuberculose animal (Allen et al. 2024).

Verifica-se, assim, que a propagação destas zoonoses ocorre na interface Homem – Animal – Ambiente, pelo que é fundamental adotar a abordagem One Health para compreender o papel daqueles agentes não apenas nas interfaces entre o Homem e os animais, mas também no meio ambiente, incluindo solo, água, pastagens, ar e poeira, para seu melhor entendimento e delineamento de abordagens. A integração dessas abordagens com uma colaboração intersectorial permitirá uma compreensão mais profunda das dinâmicas de transmissão, facilitando a criação de estratégias eficazes para mitigar o impacto dessas zoonoses.

Assim, os próximos desafios deverão envolver o mapeamento das áreas afetadas, a quantificação da prevalência das infeções em populações selvagens e a implementação de programas de vigilância que incluam a monitorização ambiental, por exemplo, do solo, água e ar para identificar outras vias de transmissão. A colaboração entre setores como saúde pública, saúde animal, meio ambiente e agricultura será fundamental para o delineamento de políticas de controle mais eficazes, promovendo a sustentabilidade da produção animal e a proteção da saúde humana.

Referências

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*Laboratório Nacional de Referência de Saúde Animal, Laboratório de Bacteriologia e Micologia, Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária IP (INIAV)

**Artigo publicado na edição 188, de dezembro, da VETERINÁRIA ATUAL

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