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Investigadores belgas isolaram bactéria associada à úlcera gástrica

Uma equipa de cientistas belgas conseguiu isolar uma nova bactéria responsável pela úlcera gástrica dos suínos, revela um estudo publicado no “International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology”.

O Prémio Nobel da Fisiologia e Medicina de 2005 foi entregue a dois cientistas pela descoberta da Helicobacter pylori, a bactéria que habitualmente causa úlceras de estômago nos humanos.
No entanto, foi agora possível cultivar em laboratório outra bactéria presente nalgumas biopsias que, desde que foi observada pela primeira vez, em 1990, as tentativas de a cultivar em laboratório foram sempre mal sucedidas.
Freddy Haesebrouck, da Universidade de Gent, na Bélgica, e principal autor do estudo publicado na referida revista cientifica internacional disse ter desenvolvido um novo método para cultivar essa bactéria, pelo que agora, «podemos estudar as suas principais características e propriedades de virulência», referiu o “Diário Digital”.
Para tal, os investigadores recriaram aspectos do habitat natural das bactérias, o estômago, usando ácido, que elimina outros micróbios mas que é necessário ao crescimento da bactéria, e carvão, para remover substâncias tóxicas.
As análises genéticas revelaram que se trata de uma nova espécie relacionada com a bactéria comum da úlcera do estômago, a Helicobacter pylori, a que foi dado o nome de Helicobacter suis (do suíno, em latim).
A H. suis tem sido associada à úlcera gástrica nos porcos, uma doença que pode causar morte súbita e que constitui um grande problema para os suinicultores.
«Os prejuízos económicos para a indústria e o risco da bactéria infectar humanos justifica a realização de mais investigações», segundo Margo Baele, da Universidade de Gent.
«Dados recentes mostram que as pessoas em contacto directo com os porcos têm um risco maior de infecção, o que sugere que a H. suis é um agente zoonótico capaz de ser transmitido dos animais aos humanos», acrescentou.
«Sabemos muito pouco sobre como a bactéria infecta humanos e como causa a doença. Mas graças a esta investigação foi possível isolar a H. suis, o que abre novas perspectivas para o estudo deste organismo e a sua interacção com o anfitrião», referiu Haesebrouck.
A nova técnica permitirá aos investigadores determinar se a bactéria é resistente aos antibióticos, abrindo caminho a melhores estratégias de tratamento, tanto nos suínos como nos humanos. Os investigadores esperam que possa também resultar no desenvolvimento de uma vacina eficaz. 

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