Um estudo realizado por duas instituições médicas no Ohio, nos EUA, identificou quais são as raças de cães e traços físicos por estes apresentados com maior risco de mordida com gravidade. O objetivo dos médicos é informar os pais sobre que raças devem escolher como animais de estimação quando têm filhos pequenos.
Publicada no International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, a pesquisa avaliou os riscos de mordedura canina no rosto de crianças e a gravidade das lesões provocadas por raça, tamanho e estrutura da cabeça do animal. Segundo os investigadores, os pitbulls e os cães de raça indeterminada apresentam o maior risco de mordida e as lesões provocadas são as de maior severidade. Tal é também válido para cães com cabeças largas e curtas, com um peso entre 30 e 45 kg.
Para avaliar a gravidade das mordeduras, os investigadores avaliaram retrospetivamente 15 anos de casos de mordeduras na face registados no Nationwide Children’s Hospital e Sistema de Saúde da Universidade da Virginia. Estudaram o tamanho das lesões, o rasgo nos tecidos, as fraturas ósseas e outras lesões suficientemente graves para exigirem tratamento da parte de cirurgiões de reconstrução facial, criando uma escala de severidade dos danos.
“O propósito do estudo era avaliar as mordeduras de cães em crianças e olhámos especificamente para a relação das raças com a frequência das mordeduras e sua gravidade”, disse Garth Essig, o autor principal do estudo e otorrinolaringologista no Ohio State Wexner Medical Center, citado pela Science Daily.
Os investigadores salientaram que as circunstâncias em que um cão pode morder uma criança podem ser influenciadas pelas tendências de comportamento da raça e pelo comportamento da vítima, dos pais e do tutor do animal. Em situações normais, as crianças beneficiam do contacto com cães, especialmente se estiverem doentes ou em situações de stresse.
Meghan Herron, professora associada de serviços clínicos veterinários na Ohio State College of Veterinary Medicine, aconselha aos pais: “Sejam um modelo para as vossas crianças e evitem quaisquer interações confrontativas ou arriscadas que possam desencadear uma resposta de medo ou de medo-agressão caso a criança vos imitasse. Isto inclui realizar reprimendas severas, bater [nos animais], empurrar [um animal] mobília abaixo ou retirar um artigo à força.”
A professora deixou ainda alguns conselhos para promover um convívio mais seguro entre crianças e animais, por forma a evitar mordidelas:
– A maioria das mordeduras ocorre no período de descanso do cão, que é interrompido pela criança. Proporcione ao seu animal um espaço sossegado de descanso, longe dos miúdos.
– Vigie as interações entre as crianças e o seu animal.
– Ensine às crianças que os cães têm espaços próprios e que estas não os devem invadir.
– As crianças não devem interagir ou tocar nos animais quando estes estão a comer.
– Ensinar aos mais pequenos que devem procurar a ajuda de um adulto se o animal lhes “roubar” um brinquedo. As crianças não devem tentar recuperar o brinquedo sozinhas.