Os investigadores analisaram casos entre 2000 e 2009 e após a compilação dos dados verificou-se que a informação que possuíam não era a mesma divulgada pelos media e que, por vezes, os media divulgavam casos ao público com erros factuais.
Em apenas 45 dos casos (18%) analisados os investigadores conseguiram determinar qual a raça dos cães responsáveis pelos ataques. Destes 45 casos, foram identificadas 20 raças diferentes e duas misturas de raças.
Em 90% dos casos estudados, os cães descritos nos ataques eram categorizados como sendo de uma determinada raça específica em pelo menos uma reportagem do caso.
Os investigadores identificaram ainda sete fatores recorrentes nos ataques caninos mortais: em 87,1 % dos casos não estava ninguém presente com força suficiente para conseguir impedir o ataque, em 85,2 % dos casos a vítima não tinha qualquer relação com o cão, em 84,4 % os animais não estavam esterilizados, em 77,4 % a vítima não tinha capacidade para interagir com o animal devido à idade ou à condição física, em 76,2 % os cães eram mantidos no “quintal” e não eram tratados como verdadeiros animais de companhia, em 37,5 % o dono não tratava corretamente do cão e em 21,1 % dos casos o dono abusava ou negligenciava o cão.
As conclusões do estudo apontam que, na maioria dos casos, os problemas de relacionamento e a incapacidade do dono de compreender o comportamento canino são os fatores que provocam os acidentes e não são provocados por raças específicas que supostamente teriam uma predisposição à agressividade.