O Centro Cultural de Belém recebeu, entre 6 e 9 de julho, cerca de 500 cirurgiões especialistas de 29 países. O motivo? O Congresso Anual do Colégio Europeu de Cirurgia Veterinária (ECVS – European College of Veterinary Surgeons), onde foram apresentados avanços científicos como reparação de fraturas em cavalos, hérnias discais em cães, transplantes renais em gatos e novos avanços no uso de células estaminais.
Quem pensa que um cavalo não tem futuro depois de fraturar uma perna ou que um cão paraplégico não consegue recuperar a qualidade de vida, pense duas vezes: há um grupo de cirurgiões especialistas que se dedica a investigar, estudar e colocar em prática métodos para que estas situações sejam tratáveis.
E foi este grupo de veterinários cirurgiões, que se divide entre cirurgiões equinos e de pequenos animais (cães e gatos), que formam o Colégio Europeu da Especialidade de Cirurgia, que esteve em Lisboa a celebrar o 25º aniversário da instituição que coordena os programas de residência que permitem obter o título de especialista na área.
O encontro contou com a presença do Professor Dean Richardson, considerado uma estrela da ortopedia de cavalos e que participou como instrutor num curso de artroscopia e reparação de fraturas no Hospital de Equinos da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa.
Especialistas em Portugal
Luís Pardon Lamas, da FMVUL e Susana Monteiro, do departamento de Medicina Veterinária da Universidade de Évora, são os dois diplomados do Colégio Europeu de Cirurgia Veterinária a trabalhar em Portugal na área da cirurgia e participaram na organização local do evento.
O Hospital de Equinos da FMVUL, onde decorreram os cursos especializados oferecidos no âmbito do congresso, integra o recém-inaugurado Serviço de Cirurgia e Urgências de Equinos, chefiado por Luís Pardon Lamas, que depois de 13 anos no Reino Unido, onde completou a residência na Universidade de Cambridge e o Doutoramento em Biomecânica no Imperial College e Universidade de Londres, regressou à faculdade onde se formou para montar e equipar um hospital à semelhança daqueles em que trabalhou em Inglaterra.
O serviço iniciou funções no passado mês de abril e conta com uma equipa nas áreas de anestesia e cuidados intensivos, estando apta para receber e dar tratamentos de excelência aos pacientes, com capacidade para 15 cavalos internados. Para breve está prevista uma nova unidade de cuidados intensivos.
