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Animais de companhia

Diagnósticos em tempo real? Já é possível no Centro de Imagem Avançada Alma Veterinária

AlmaVeterinaria

Já foi inaugurado oficialmente o novo Centro de Imagem Montenegro Alma Veterinária, no Cacém, depois de o CAMV ter anunciado esta novidade em meados de setembro. A nova unidade investiu num equipamento de TAC que vai permitir diagnóstico por imagem avançada e em tempo real, com relatórios precisos e rápidos, efetuados por uma equipa experiente no setor.

A tarde de 19 de outubro foi a escolhida para dar a conhecer o novo Centro de Imagem Montenegro Alma Veterinária, num evento que contou com a presença de colegas e profissionais do setor. Depois da abertura do Hospital Alma Veterinária (HAV), no Cacém, em 2016, e dado o bom desempenho do CAMV, chegou a altura de inovar e apostar num investimento há muito desejado e ponderado. “Quando abrimos, já tínhamos toda a estrutura física montada e, em conversa com os colegas Luís Montenegro e Rui Mota, surgiu esta oportunidade. Conseguimos assim juntar a nossa vontade de avançar com o conhecimento que eles têm nesta área, e investir”, explicou à margem do evento de inauguração oficial da nova unidade, Susana Azinheira, médica veterinária e diretora clínica do HAV.

 

O também médico veterinário e sócio-gerente Diogo Azinheira (que ficou responsável por este projeto em particular) confessou à VETERINÁRIA ATUAL que, há três anos, teria sido mais um investimento a fazer e que esta era uma área de conhecimento na qual não se sentiam à vontade para arriscar. “Na verdade, o total de exames que temos no nosso hospital seria suficiente para tornar o negócio sustentável. Temos crescido ao nível do grupo veterinário, no mínimo, 25% a 30% ao ano, em termos de faturação bruta, e grande parte deve-se à referenciação por parte de clínicas e hospitais da região”, refere.

“Enquanto o exame está a ser realizado, os colegas no Porto estão a receber as imagens em simultâneo, ou seja, temos as duas equipas dedicadas àquele caso em particular a trabalhar ao mesmo tempo” – Luís Montenegro

O Centro de Imagem Montenegro (CIM) foi fundado no Porto em setembro de 2011, resultando de uma parceria entre Luís Montenegro, diretor clínico do Hospital Veterinário Montenegro (HVM) e de Rui Mota, médico veterinário no mesmo hospital, que acabou por assumir a direção clínica do CIM e a responsabilidade dos exames realizados. A iniciativa surgiu como forma de resposta à necessidade crescente por parte dos clínicos veterinários em chegar a diagnósticos mais precisos. O CIM não faz clínica, dedica-se à imagem avançada e ao diagnóstico. “Tem uma gestão e uma contabilidade autónomas do HAV e vai servir os clientes do hospital e todos os veterinários circundantes que queiram usar o serviço”, explicou Luís Montenegro à VETERINÁRIA ATUAL. De igual forma, o CIM, no Porto, é uma empresa autónoma do HVM.

 

Depois do arranque no Porto, foi inaugurado o CIM de Aveiro, e em outubro deste ano, o de Lisboa. Um dos elementos diferenciadores deste Centro é o facto de o exame e o diagnóstico serem feitos em tempo real. “Enquanto o exame está a ser realizado, os colegas no Porto estão a receber as imagens em simultâneo, ou seja, temos as duas equipas dedicadas àquele caso em particular a trabalhar ao mesmo tempo. Isto vai permitir que, enquanto o animal ainda está anestesiado, seja feita uma avaliação preliminar do diagnóstico e, enquanto decorre o exame, é possível decidir se é prudente fazer o exame noutra zona do corpo, se se justifica uma cirurgia em seguida, ou se é preciso alterar o plano de diagnóstico”, referiu Diogo Azinheira.

“Costumo dizer que, sozinhos, vamos mais rápido, mas juntos, vamos mais longe. Sem dúvida que faz toda a diferença apostar neste projeto desta forma e tivemos a sorte de encontrar colegas que partilham da nossa visão e orientação” – Susana Azinheira

Foi possível testar esta rapidez no diagnóstico muito recentemente, como explica o coordenador do CIM do Alma Veterinária. “Recebemos um proprietário na receção com o seu animal. Era uma urgência de suspeita de lesão na coluna, fez-se uma TAC, confirmou-se a hérnia e, 20 minutos depois, o paciente estava a entrar no bloco para ser operado. Antes, referenciávamos para TAC, o animal voltava, esperávamos um ou dois dias pelo relatório… o processo era muito mais demorado.”

 

O Centro presta serviço a todos os CAMV, mas também a clientes particulares mediante prescrição.

Unir esforços

 

“Seguramente, tínhamos capacidade para iniciar um projeto destes sozinhos. O Centro Montenegro teria possibilidade para avançar com este projeto, em Lisboa, por sua iniciativa, mas entendemos que lucrávamos mais se trabalhássemos em parceria. Nós temos uma forte carteira de clientes, uma influência grande na zona onde estamos inseridos e o CIM tem uma equipa com um know-how que é uma referência na Península Ibérica”, explica Diogo. Fazia sentido juntar sinergias e assim foi.

Por outro lado, a ideia passa por maximizar recursos e centralizar a leitura dos exames em profissionais que já estão muito habituados a fazê-lo. “Costumo dizer que, sozinhos, vamos mais rápido, mas juntos, vamos mais longe. Sem dúvida que faz toda a diferença apostar neste projeto desta forma e tivemos a sorte de encontrar colegas que partilham da nossa visão e orientação”, acrescenta Susana Azinheira.

Não foi necessário contratar uma equipa própria para este projeto, pois Diogo Azinheira já se interessava por esta área e juntou quatro colegas do HVA, com muita experiência em cirurgia, em imagiologia e formação na área. A ele, juntaram-se os médicos veterinários João Reis, Ana Viana e Sílvia Lourenço, e o enfermeiro veterinário Adérito Ortelá. São eles que vão assegurar a atividade diária do Centro de Imagem.

“Temos crescido ao nível do grupo veterinário, no mínimo, 25% a 30% ao ano, em termos de faturação bruta, e grande parte deve-se à referenciação por parte de clínicas e hospitais da região” Diogo Azinheira

“Este projeto vai dignificar a medicina veterinária e possibilitar melhor diagnóstico, permitir obter melhores resultados terapêuticos, por isso, estamos muito satisfeitos por termos tido o apelo do Alma Veterinária para este projeto”, salienta Luís Montenegro, adiantando que está recetivo a novas parcerias, desde que se justifiquem no que respeita às áreas de influência e zonas de abrangência. O passo seguinte passa por apostar no mesmo modelo em Espanha que, na sua opinião, “tem tudo para funcionar”.

Apesar de receberem várias propostas de parcerias a nível nacional, o médico veterinário considera que a localização geográfica é mandatória. “Não queremos que o nosso modelo venha competir com ele próprio, daí que faça mais sentido apostar agora no mercado espanhol.”

O projeto tem como objetivo especializar uma equipa num só centro, o que vai permitir reforçar a sua experiência e conseguir apresentar relatórios muito mais corretos e fidedignos. “No centro do Porto, fazemos aquisição e relato de imagem. Nos outros centros, fazemos formação para a aquisição de imagem e continuamos nós a assegurar o relato do exame. É isso que vai maximizar a viabilidade económica do projeto”, explica.

Um serviço 365 dias por ano, 24 horas por dia

Defensores da referenciação feita de forma correta e honesta como forma de evolução em medicina veterinária, Susana e Diogo acreditam que vão receber muitos casos encaminhados por colegas para a realização de TAC. “Pretendemos oferecer este serviço de TAC, 365 dias por ano, 24 horas por dia, o que por si só, é diferenciador”, explica Diogo. A ideia é adaptar o modelo que já existe no próprio hospital ao CIM.

Susana Azinheira referiu, no dia da inauguração oficial, que já há algum tempo que sentiam a necessidade de ter este exame, mas que esta parceria fez sentido agora. Luís Montenegro adiantou que gosta muito de projetos, de desafios, acabando por apostar regularmente em novos investimentos. “Mais formação e inovação vão possibilitar que a medicina veterinária tenha um incremento de qualidade muito marcado. Em algumas situações, vale muito a pena ter imagem avançada ao dispor”, afirmou. Considerando que o mais fácil “é comprar o aparelho de TAC”, sublinhou que o grande desafio é aprimorar o diagnóstico e apresentar o melhor relatório possível. É nisso que o CIM do Porto tem apostado ao longo da sua existência, tornando-se já uma mais-valia nos outros centros. “Não é viável que todos os médicos veterinários de uma mesma região instalem um TAC porque ele tem um custo, mas faz sentido formar uma equipa para que a mesma tenha know-how para maximizar o seu potencial não sendo necessário duplicar recursos humanos”, conclui o médico veterinário.

Rui Mota fez uma apresentação sobre o TAC, abordando as suas vantagens e inconvenientes e demonstrando alguns casos clínicos aos colegas presentes no evento. O médico veterinário aproveitou ainda a ocasião para fazer uma retrospetiva dos anos de progressão do CIM. “O nosso objetivo, desde o começo, foi tornar a TAC num exame acessível para todos os médicos veterinários”, referiu. “Temos uma casuística bastante razoável, temos vindo sempre a aumentar e temos uma experiência muito grande”, sublinhou.

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