Perceber por que razão alguns animais têm determinados comportamentos pode ser um dos diagnósticos mais complicados, sobretudo porque em muitos dos casos é difícil perceber o que veio primeiro: um problema médico ou um problema comportamental.
Gary Landsberg, médico veterinário especializado em comportamento ouvido pela Veterinary Practice News, refere que “as mudanças comportamentais devem ser os primeiros e únicos sinais de que existe um problema médico subjacente”. Para o especialista, quando se apercebem dos primeiros sinais, os médicos veterinários devem recorrer a um especialista em comportamento animal, até porque ao fazê-lo podem estar a salvar a vida de um animal ou a evitar problemas maiores.
Nestes casos, o primeiro passo deve ser, segundo o especialista, excluir possíveis problemas médicos subjacentes aos problemas comportamentais observados. A agressão, por exemplo, pode ser fruto de dor, defende.
“As mudanças de comportamento são, por um lado, o primeiro sinal de doença, de dor e de desconforto, mas podem estar a encobrir sinais de medo e ansiedade”, acrescenta Kelly C. Ballantyne, especialista em comportamento animal. “Mesmo que as condições médicas não sejam a primeira causa do problema comportamental, podem contribuir ou exacerbar esses problemas”
A publicação refere também que assim que os problemas médicos são excluídos ou tratados deve avaliar-se se o animal continua a apresentar problemas comportamentais. Nesses casos, os donos de animais devem recorrer ao médico veterinário para aconselhamento não só para corrigir, como para prevenir a recorrência de problemas.
De acordo com o Veterinary Practice News, os problemas comportamentais têm um forte impacto na relação que o animal estabelece com o seu dono. “Agressividade, dificuldade em aprender competências e outros comportamentos indesejados podem prejudicar a relação animal-humano. O comportamento é importante porque a agressividade causa desconfiança. A punição e a dor prejudicam os laços entre os animais e os seus anos. Se estamos zangados uns com os outros, isso prejudica a relação. Se não estamos a comunicar, isso prejudica a relação (…) O mais importante é estabelecer expetativas realistas para o animal em casa e usar serviços veterinários de referência ou veterinários especializados em comportamento”, conclui.