Os norte-americanos deverão gastar cerca de 69 mil milhões de dólares com os seus animais, de acordo com a American Pet Products Associations. E segundo um artigo recentemente publicado pelo Today, uma percentagem cada vez maior desse valor será alocado a cirurgias plásticas em animais, uma tendência que não tem parado de crescer nos últimos anos.
A companhia de seguros para animais Petplan revelava já em 2011 que cerca de 62 milhões de dólares eram gastos todos os anos com cirurgias plásticas em animais, com os procedimentos a custarem entre 150 a 200 dólares para um levantamento de pálpebras ou milhares no caso de procedimentos mais complexos, como implantes de testículos em silicone, lifting facial, colocação de próteses oculares e implantes de facetas dentárias.
Mas de acordo com a publicação norte-americana, por detrás desta tendência não está apenas uma questão estética. De acordo com os médicos veterinários ouvidos pela publicação, em alguns casos o objetivo é também diminuir o sofrimento do animal causado por problemas de saúde, como é o caso dos braquicéfalos.
“No que diz respeito a animais, as cirurgias plásticas que fazemos não são necessariamente por questões cosméticas. É mais por aquilo que chamamos de função. Estes são animais que dão entrada devido a problemas que são persistentes: infeções, incapacidade de respirar, problemas de olhos”, refere Jeff Werber, médico veterinário nos EUA.
Em causa estão procedimentos como abdominoplastias para prevenir infeções bacterianas, levantamentos de pálpebras para evitar problemas de córnea e rinoplastias em animais para que estes consigam respirar melhor.
Um artigo publicado pelo Royal Veterinary College há alguns anos associava o crescimento desta tendência ao facto de as celebridades exibirem cada vez mais os seus animais de companhia nas redes sociais e nas revistas cor-de-rosa. A ‘febre’ já ganhou tanta dimensão que existem já sites, como o Plastic Surgery Simulator, que permite simular os resultados dos procedimentos pretendidos.
Importa referir que, em Portugal, as únicas cirurgias consideradas estéticas em animais são o corte de orelhas e da cauda, ambas proibidas por lei pela União Europeia desde 2011.