Vytenis Andriukaitis, Comissário Europeu da Saúde, alertou esta semana para a falta de controlo dos antibióticos nos animais, que muitas vezes acabam por entrar no consumo humano. Em entrevista ao Diário de Notícias, o responsável diz que “há um problema com o uso de antibióticos em cães e em gatos”.
A entrevista surge depois de terem estado em discussão no Comité sobre a Dependência de Drogas, da Organização Mundial de Saúde, as drogas com potencial para causar dependência, abuso e danos à saúde humana.
Na entrevista concedida ao DN, o comissário explica que a Comissão Europeia pretende introduzir “nova legislação” para resolver a falta de controlo na utilização de antibióticos: “Tanto na alimentação medicada, como no seu uso veterinário. O que propomos são regras restritas para regular o seu uso. Pedimos aos veterinários para prestarem atenção a isso, especialmente se usados de forma profilática. Queremos banir o uso nestas áreas. Banir na totalidade. Mas temos de pensar como isso pode ser introduzido na prática.”
“Temos de estabelecer sistemas de vigilância, de localização e de monitorização e temos de encorajar todos os que prescrevem antibióticos a ser responsáveis. Tem de haver registo e uma rede para ter informação sobre o uso de antibióticos. Claro que é difícil, mas temos de prestar atenção ao setor privado, mais ligado aos veterinários, e ao público, sobretudo nos cuidados de saúde. Tem de haver colaboração. Temos de ver que institutos recolhem a informação fiável e introduzir medidas de avaliação. Alguns setores não têm regulação, especialmente na área veterinária, dos cães e dos gatos”, defende.
De acordo com Vytenis Andriukaitis, seria importante reunir “a indústria, farmacologistas clínicos, médicos, enfermeiros, ambientalistas” para discutir de que forma se podem criar “sistemas de vigilância e troca de informação, de forma multissetorial.”
Por outro lado refere que “na área da veterinária terá de ser implementada [a legislação] pelos países. Haverá prescrições rígidas para os animais, responsabilização dos veterinários. Há países onde eles podem vender antibióticos. Têm de ser responsáveis e controlar, seguir e acompanhar os resultados, ou então não vamos conseguir lidar com o problema nos consumos de antibióticos.”