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Câmara hiperbárica para cães e gatos salvou centenas de animais num ano

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O Centro de Reabilitação e Regeneração Animal de Lisboa, o primeiro a dispor de câmara hiperbárica para cães e gatos, evitou no primeiro ano de funcionamento a eutanásia de centenas de animais, refere Ângela Martins, diretora clínica, em declarações à agência Lusa.

Este centro (CR2AL), que funciona no concelho de Odivelas, abriu portas no dia 2 de novembro de 2019, com consultas de especialidade e meios de diagnóstico analíticos, radiologia convencional, ecografias e modalidades de reabilitação tais como electroestimulação, magnetoterapia, ultrassons, terapias com laser e hidroterapia, entre outras, dedicadas a animais. Um ano depois, em entrevista à agência Lusa, a diretora clínica do CR2AL revela que o balanço é “muito positivo”, apontando para uma taxa de sucesso de mais de 65%.

 

“Temos tido muito sucesso nos animais que vão à câmara. Muito surpreendente”, sublinhou Ângela Martins, apontando que, se não existisse este meio, sete em 10 cães que foram ali tratados teriam de ser “eutanasiados”.

De acordo com Ângela Martins, o CR2AL recebe diariamente uma média 12 animais, existindo dias em que são atendidos 25, sendo as situações neurológicas, tetraplégicas, disfunções cognitivas e vasculares as principais enfermidades. A responsável explica que a média de sessões necessárias para a recuperação dos animais é de 15, sendo o custo para o utente de cerca de 650 euros. “A relação qualidade do serviço a nível de ciência e a nível de sucesso final nos cães tem sido muito positiva. As pessoas dizem às vezes que é milagre, mas não é milagre nenhum. São situações muito pragmáticas”, sublinha.

 

Apesar da situação pandémica, Ângela Martins ressalva que a clínica nunca parou e com isso foi possível “salvar muitos animais”.

A tecnologia da câmara hiperbárica surgiu ligada ao treino para adaptação à pressão do mergulho subaquático. A câmara é um aparelho estanque, no interior do qual é fornecido ao paciente uma alta dose de oxigénio a uma pressão superior à da atmosfera, durante um período adaptado ao caso, que permite oxigenação mais rápida da corrente sanguínea e maior regeneração dos tecidos. Este tipo de tratamento tem sido também usado por desportistas de alto rendimento e na preparação de astronautas e, quando aplicada à medicina regenerativa, consegue ajudar em doenças neurológicas, inflamações, cicatrização de feridas e regeneração dos tecidos, lesões articulares, quadros de anemia e pancreatites, entre muitas outras.

 
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