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Aposta na formação será uma das pedras basilares da SPCAV

Aposta na formação será uma das pedras basilares da SPCAV

Em maio de 2011 nasceu formalmente a Sociedade Portuguesa de Cardiologia Veterinária. Entretanto já lançaram um prémio para incentivar jovens, estão a preparar o I Congresso para o mês de abril e já em janeiro vão lançar um boletim em formato digital. Já têm página na internet e logotipo. Ana Patrícia Sousa (ICBAS), Luís Lobo (Hospital Veterinário do Porto) e Rui Pereira (Hospital Veterinário Montenegro) fazem parte daquela que é a primeira direção da SPCAV.

VETERINÁRIA ATUAL (VA): O que vos levou, numa primeira instância, à criação da Sociedade Portuguesa de Cardiologia Veterinária?

Ana Patrícia Sousa (APS): Na verdade foi um pouco obra do acaso. O ano passado houve um evento em Coimbra cujo principal tema foi a cardiologia, evento no qual estive presente com o Luís Lobo e um outro colega que neste momento está a fazer a especialidade na Suíça. Falamos na possibilidade de criar a sociedade e foi precisamente este o primeiro passo, na altura apenas uma ideia. Da ideia à concretização não demorou muito tempo…

 

VA: Estamos a falar de mais ou menos quanto tempo?

APS: O evento foi em novembro de 2010 e a sociedade foi criada em março de 2011. A primeira Assembleia Geral aconteceu em maio para constituição dos órgãos sociais.

 

Luís Lobo (LL): Entretanto, pelo meio, realizamos um primeiro encontro informal com os colegas interessados em cardiologia para perceber qual seria a viabilidade deste projeto e tentar agilizar a forma que nos iríamos associar. Estiveram presentes cerca de 30 veterinários e foi aqui que decidimos como nos queríamos organizar, uma sociedade ou um grupo de interesse. Depois tentamos ainda perceber qual seria o objetivo do grupo, quem deveria fazer parte da sociedade, etc…

VA: E o que acabou por ser decidido?

 

Rui Pereira (RP): Optamos por uma sociedade à parte de outras associações já existentes.

LL: Sim, porque há grupos de trabalho já integrados noutras estruturas, nomeadamente da APMVEAC (Associação Portuguesa de Médicos Veterinários Especialistas em Animais de Companhia). Mas achamos que tínhamos pernas para andar de forma mais autónoma, como acontece com outras áreas de especialização que já são representadas a nível nacional por sociedades. Acreditamos que estava na altura da cardiologia se fazer representar da mesma forma.

 

VA: No primeiro encontro que realizaram, faz agora um ano, qual foi o feedback dado pelos vossos colegas?

APS: Foi muito bom. As pessoas acharam uma excelente ideia, um meio de um grupo de indivíduos com interesse comum, neste caso a cardiologia, se congregar. Aliás, isso vai ao encontro dos objetivos desta sociedade. O plano apresentado aos colegas foi enaltecido, nomeadamente a criação de cursos de formação nesta área.

LL: Apesar de tudo, a comunidade veterinária em Portugal é um meio relativamente pequeno e onde todos se conhecem. Estas 30 pessoas que se juntaram em dezembro já se conhecem informalmente há mais tempo. Agora simplesmente estamos organizados. E esperemos que esta sociedade vá congregar mais pessoas e outros interessados.

VA: Quem pode ser associado?

APS: Esta foi uma questão na qual quisemos marcar posição. Sabemos que existem sociedades que restringem o acesso a, por exemplo, médicos veterinários. No nosso caso achamos por bem alargar esse leque, nomeadamente a quem trabalhe na área da cardiologia, mas tenha outras formações. Porque um dos nossos objetivos não passa exclusivamente pela cardiologia clinica, mas também pela investigação na área da cardiologia que tem potencial aplicação à medicina veterinária. São os denominados sócio-agregados e que trabalham por exemplo na área da genética…

LL: Ou seja, primeiro o associado não tem de ser só clínico e depois não tem de ser só médico veterinário. O caso dos enfermeiros veterinários, biólogos… É efetivamente o universo de pessoas que tenha uma relação com a cardiologia veterinária.

RP: Incluindo alunos. Porque dessa forma também queremos estimular o interesse por esta área.

 

Nota: Ler a entrevista na íntegra na edição 46 da VETERINÁRIA ATUAL.

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