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60 mil contra abate do cão que matou criança em Beja

60 mil contra abate do cão que matou criança em Beja

A ordem de abate do cão que matou um bebé de 18 meses em Beja está a gerar uma onda de protestos na internet. Mais de 60 mil pessoas assinaram uma petição online contra o abate do cão (ver a petição aqui).

A petição tem como objetivo “lutar contra o abate do cão Zico” e “de todos os outros Zicos espalhados pelo país”. Para os subscritores do documento “um cão que nunca fez mal durante oito anos e atacou é porque teve algum motivo”.

A criança foi atacada pelo cão da família, um cruzado de pitbull, raça potencialmente perigosa, e foi transportada para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde mais tarde viria a falecer devido a um traumatismo crânio-encefálico grave.

 

O avô da criança, Jacinto Janeiro, explicou aos jornalistas que o cão estava “às escuras” na cozinha quando o menino foi àquela divisão e lhe “caiu em cima”, o que terá originado um ataque do animal. Mas os subscritores da petição não se deixam convencer por esta explicação. “Nestes casos há que investigar o que causou a reação do cão e pode optar-se pela reabilitação/treino do cão”, lê-se no documento.

A decisão de abater o animal partiu da veterinária municipal, Linda Rosa, que após um pedido da PSP para se deslocar ao local na segunda-feira, ordenou que o animal fosse enviado para o canil municipal e, como está determinado na lei, fosse abatido oito dias depois. A associação Animal já desencadeou os procedimentos judiciais para evitar o abate.

 

Para Gonçalo da Graça Pereira, presidente da PsiAnimal, é pena que estes assuntos só sejam debatidos no seguimento de acidentes graves. “Sabemos que a DGAV está a rever uma série de questões em relação ao diploma do animal de companhia, que tem uma série de erros”.

Em outubro do ano passado, a PsiAnimal organizou o II Congresso de Medicina do Comportamento e Bem-Estar Animal, onde foi discutido o Programa de prevenção da mordedura canina e onde estiveram presentes psicólogos, pediatras e outros especialistas para debater um problema que envolve toda a sociedade. Para Gonçalo da Graça Pereira é necessário “sociabilizar os cachorros durante a infância, investir na formação dos treinadores e envolver pediatras, psicólogos, professores e quem tem um maior contacto com as crianças para os cuidados que devem ter na presença de um cão”.

 

Durante o congresso foram apresentados os resultados do programa Blue Dog, que visa educar as crianças e os pais para esta problemática e que ensina os mais novos a decifrar a linguagem dos cães. “Todos os cães são potencialmente perigosos e os estudos internacionais demonstram que o primeiro alvo são as crianças e que a maioria dos acidentes acontece dentro de casa. O problema está na educação das pessoas, pois não sabem interpretar os sinais que o cão está a emitir”.

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