Um grupo de investigadores da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), no Brasil, está a selecionar cães diagnosticados com osteoartrite para um ensaio clínico randomizado que vai avaliar o tratamento com extrato de cannabis. O objetivo é analisar se as substâncias da planta são capazes de reduzir a inflamação e a dor, além de melhorar a locomoção dos cães portadores da doença.
“Existem diversos estudos em humanos que mostram que os canabinóides possuem efeitos analgésicos e anti-inflamatórios. A nossa ideia, agora, é verificar se esses efeitos podem ser verificados também nos cães”, salientou o professor e coordenador do Laboratório de Cannabis Medicinal e Ciência Psicodélica da UNILA, Francisney Nascimento, citado em comunicado. Desde 2017, o Laboratório realiza pesquisa clínica sobre atividades farmacológicas da cannabis em doenças neurológicas, reumatológicas e psiquiátricas.
Os resultados do estudo também poderão ajudar a definir a legislação nacional que, atualmente, tem falhas no âmbito do uso veterinário da substância. “No Brasil, temos um grande número de médicos veterinários que prescrevem cannabis para cães, principalmente em casos de epilepsia, dor e agitação. No entanto, não existe legislação específica para animais no que se refere ao fabrico desses produtos e, muito menos, em relação à prescrição”, disse o investigador Ricardo Cremonese.
A investigação – autorizada pelo Comitê de Ética e Uso de Animais (CEUA) – está a ser realizada pelo Laboratório de Cannabis Medicinal e Ciência Psicodélica da UNILA, em parceria com o Hospital Veterinário Pop Vet e a Associação Santa Cannabis.