Os tutores de animais de companhia sofreram uma menor deterioração da saúde mental e um menor registo de solidão durante o confinamento. Esta foi a conclusão do estudo Human-animal relationships and interactions during the Covid-19 lockdown phase in the UK: Investigating links with mental health and loneliness, realizado por uma equipa das universidades britânicas de York e Lincoln, e que foi publicado na revista Plos One em 25 de setembro.
O estudo relatou os resultados de um inquérito realizado a seis mil cidadãos do Reino Unido durante o período principal de confinamento, entre 23 de março a 1 de junho. O objetivo era analisar a ligação dos tutores aos seus animais, bem como as mudanças decorrentes desta situação excecional. Noventa e um por cento dos tutores de cães, 89% dos tutores de gatos e 86% dos tutores de outras espécies de animais de estimação sentiram que os seus animais os ajudaram a lidar emocionalmente com a situação da covid-19.
Segundo a investigação, estes benefícios parecem ocorrer com todos os animais de companhia, não apenas cães e gatos, o que sugere que os aspetos de apoio social não específicos associados à ‘propriedade’ podem tornar os tutores mais resistentes no contexto do confinamento.
Do total de inquiridos, 89% relataram que possuíam pelo menos um animal de companhia e cerca de metade dos restantes afirmaram que gostariam de possuir um animal de estimação, mas as suas circunstâncias atuais não o permitiam.
Segundo o estudo, a ligação homem-animal é uma construção que pode estar ligada à vulnerabilidade da saúde mental dos tutores de animais e, em termos de proximidade emocional ou dimensões de intimidade, parece ser independente da espécie animal. Além disso, os investigadores afirmam que o estudo sugere que a “posse” ou “tutoria” de animais pareceu mitigar alguns dos efeitos psicológicos prejudiciais decorrentes do confinamento.