A Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS), em comunicado, afirmou serem “necessárias e urgentes medidas que contenham” a escalada dos custos de produção.
“Não pode ainda a FPAS deixar de lamentar que num momento tão delicado como o que o setor atravessa, assim como em todos os momentos, não haja uma estratégia governamental incentivadora do consumo de produtos nacionais e impulsionadora das cadeias curtas de abastecimento”, defende ainda em comunicado.
A Federação recorda que o setor passa pelos seguintes problemas:
- Aumento substantivo dos custos de produção, decréscimo acentuado dos preços pagos aos produtores e contração do comércio internacional;
- No mês corrente, o preço dos combustíveis é 28% mais elevado que no período homólogo de 2020, sendo Portugal o sexto país da Europa com o preço dos combustíveis mais elevados;
- O preço da eletricidade é em alguns casos 50% mais elevado que há um ano, sendo Portugal o sexto país da Europa com a eletricidade mais cara;
- Os custos com a alimentação animal cresceram 20% no último ano e continuam em subida;
- A semana 40 foi a pior de sempre em termos homólogos no que respeita aos preços pagos aos produtores, mantendo-se a trajetória de descida em outubro. Na comparação entre setembro de 2021 e setembro de 2020, os preços sofreram uma quebra de 27%. Também o rendimento da indústria sofreu uma redução de 20%, em média, no último ano;
- Durante o período pandémico o consumo interno baixou na ordem dos 3,2%, não sendo expectável a sua recuperação ainda durante o ano 2021;
- A procura externa por parte de países terceiros abrandou substancialmente no segundo semestre de 2021;
A FPAS denuncia ainda que “os operadores do retalho alimentar têm praticado sistemáticas campanhas de promoção com incidência sobre a carne de porco, esmagando ainda mais as margens de toda a fileira, já de si iníquas”.