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Investigação

Como se alteraram as práticas de alimentação dos animais de companhia entre 2008 e 2018?

Ração cão

A alimentação tem uma grande influência na saúde e bem-estar animal. Para perceber os seus impactos a médio-longo prazo, o estudo  An observational study of pet feeding practices and how these have changed between 2008 and 2018 analisou as tendências de alimentação de animais de companhia, mais especificamente de cães e gatos, entre 2008 e 2018, com especial incidência em países com grandes populações de língua inglesa.

Para o efeito, os investigadores desenvolveram um inquérito online para tutores de cães e gatos. As respostas foram analisadas recorrendo a estatísticas descritivas e comparações feitas com dados de outros nove artigos revistos por pares, publicados ao longo dos dez anos anteriores.

 

Segundo os investigadores, as práticas alimentares não convencionais têm estado associadas a um risco acrescido de insuficiência de nutrientes. Assim, os médicos veterinários devem estar cientes das tendências alimentares dos animais de companhia e educar os tutores sobre as necessidades nutricionais dos seus animais.

O inquérito incluía respostas de 3673 tutores de cães e gatos de língua inglesa na Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e EUA.

 

Em publicações anteriores, os produtos convencionais (comerciais, processados pelo calor) eram o principal método de alimentação.

A maioria dos animais ainda são alimentados com dietas consideradas convencionais, ou seja, comrações e alimentos húmidos processados por calor e disponíveis comercialmente. Contudo, este número era inferior ao registado em estudos anteriores, sendo que, atualmente, os regimes alimentares não convencionais (dieta crua, caseira, vegetariana) apresentam uma maior preponderância em relação aos estudos anteriores.

 

De acordo com o estudo mais recente, 79% cães e 90% dos gatos são alimentados com alimentos convencionais. No entanto, 13% dos cães e 32% dos gatos são alimentados exclusivamente com alimentos convencionais. Além disso, muitos dos animais de companhia são alimentados com alimentos caseiros, mais propriamente 64% dos cães e 46% dos gatos, e/ou com alimentos crus (66% de cães, 53% dos gatos).
O estudo sugeriu que as diferentes alimentações estão associadas à localização geográfica.

No caso de animais com condições de saúde que requerem uma alimentação nutricionalmente adequada, sendo recomendada uma dieta terapêutica, a eficácia destes regimes alimentares deve ser debatida.

 

Quanto às diferenças geográficas significativas nos hábitos alimentares, a Austrália apresentava uma prevalência muito mais elevada de alimentação com produtos crus e uma menor prevalência de dietas convencionais.

Assim, concluíram os investigadores, perante a prevalência de uma alimentação menos convencional, os médicos veterinários devem alertar para os riscos e benefícios potenciais destas práticas alimentares e educar os tutores para que consigam satisfazer as necessidades nutricionais dos animais.

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