Os ovos e as crias de tartaranhão-caçador que forem resgatadas no Norte e Centro de Portugal vão ficar ao cuidado do Centro de Recuperação de Animais Selvagens (CRAS) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
De acordo com o comunicado de imprensa, esta a missão que o projeto “LIFE SOS Pygargus” entregou à entidade académica transmontana pretende preservar uma espécie que se encontra em perigo de extinção na Península Ibérica.
“O CRAS, do Hospital Veterinário da UTAD, vai liderar a tarefa de incubação e criação em cativeiro dos ovos e/ou crias de tartaranhão-caçador resgatados. A conservação ex-situ que vamos desenvolver vai proteger esta espécie fora do seu habitat natural para garantir a sua preservação e prestaremos apoio veterinário a qualquer ave que seja encontrada ferida ou debilitada”, afirmou o diretor do Hospital Veterinário, Filipe Silva.
Segundo a nota de imprensa, até 2030, o projeto “LIFE SOS Pygargus” vai trabalhar para travar o declínio acentuado das populações desta ave de rapina, tendo o objetivo de reduzir em 75% a mortalidade e aumentar em 50% a população reprodutora, através de campanhas de salvamento e resgate, da adaptação das práticas agrícolas ao ciclo reprodutivo do tartaranhão-caçador e da consciencialização pública sobre a importância da conservação desta ave.
A partir de abril, altura de nidificação da espécie em Portugal, a UTAD vai intensificar as ações de educação ambiental em contexto escolar, lê-se na comunicação.
Além disso, a UTAD vai ainda estar envolvida na monitorização do estado de saúde das populações do tartaranhão-caçador, participando na recolha de material biológico destinado a análises toxicológicas e despiste de doenças infeciosas.
Paralelemente, a equipa médico-veterinária do CRAS também vai proceder ao aconselhamento dos técnicos de campo para que prestem os melhores cuidados às crias resgatadas e aos ovos, desde a sua eclosão até à devolução à Natureza.