Os gatos domésticos enviam sinais entre si através de odores derivados de uma família de bactérias que vive nas suas glândulas anais. A conclusão é de um novo estudo da Universidade da Califórnia Davis, publicada na revista científica Scientific Reports.
Segundo explicado em comunicado, o estudo soma-se a um crescente número de investigações sobre a relação entre micróbios e odor em mamíferos, incluindo cães domésticos, humanos e animais selvagens como raposas.
O cheiro dos gatos provém de uma mistura de compostos orgânicos voláteis, incluindo aldeídos, álcoois, ésteres e cetonas. Embora na maioria das vezes indetetáveis para o nariz humano, esses aromas são importantes no comportamento e na vida social dos gatos. Eles marcam território, atraem parceiros e repelem rivais.
Em geral, cinco géneros de bactérias (Corynebacterium, Bacteroides, Proteus, Lactobacillus e Streptococcus) dominaram, mas a composição microbiana foi altamente variável entre gatos individuais. Os gatos mais velhos geralmente tinham um microbioma diferente dos animais mais jovens.
Existiram também algumas diferenças aparentes em gatos avaliados como obesos, mas o tamanho da amostra não foi grande o suficiente para confirmar isso. As populações microbianas também podem ser afetadas por fatores como a dieta do gato, as condições de saúde e o seu ambiente de vida em geral.
Analisando os químicos produzidos nas glândulas anais, os cientistas detetaram centenas de compostos orgânicos. A análise genética mostrou que as bactérias que vivem na glândula anal podem ser responsáveis pela produção destes compostos.
O estudo utilizou o sequenciamento de DNA, espectrometria de massa e cultura microbiana para observar as substâncias químicas nas secreções dos gatos e os micróbios que as produzem. Foram estudados 23 gatos domésticos e os tutores deram permissão escrita para a participação dos mesmos.
Os investigadores esperam continuar e expandir o estudo para incluir mais gatos domésticos, bem como outras espécies de gatos.