Em toda a China, regista-se um número crescente de jovens que está a recorrer à Inteligência Artificial (IA) para combater o isolamento social, a ansiedade ou outros problemas de âmbito emocional, isto à medida que a tecnologia se torna mais madura e amplamente aceite.
Antecipa-se que o mercado global de “robots sociais” deva crescer sete vezes, alcançando os 42,5 mil milhões de dólares até 2033, de acordo com a empresa de consultoria IMARC Group, citada na Agence France-Presse (AFP), frisando ainda que a Ásia já domina este mercado.
O BooBoo, produzido pela Hangzhou Genmoor Technology e vendido por até 1.400 yuans, o equivalente a 190 dólares, foi desenvolvido a pensar nas necessidades sociais das crianças, tendo sido vendidos 1.000 unidades desde maio de 2024, de acordo com o gerente de produtos da empresa, Adam Duan.
O responsável afirmou que um animal de companhia inteligente pode ajudar quando os pais não podem brincar com os filhos. Além disso, referiu ainda que verifica que existe algum ceticismo de que estes animais eletrónicos possam trazer alegria às crianças de igual forma que um cão de verdade.
Já na década de 90 foram introduzidos no mercado mundial animais de companhia baseados em tecnologia, como os Tamagotchis japoneses e os Furbies americanos, que podiam imitar a fala e interagir.
De acordo com os especialistas na área, um número crescente de produtos de IA na China tem vindo a ser criados para responder às necessidades emocionais das pessoas, desde chatbots conversacionais até avatares realistas de entes queridos que já partiram.
Além disso, referem também que as mudanças sociais, como o impacto da política do filho único do governo chinês, que já dura há décadas, estão a impulsionar o crescimento deste mercado.
Neste sentido, os cientistas, citados na AFP, explicam que estes companheiros baseados em IA fornecem estimulação cognitiva, melhoram o bem-estar dos indivíduos e transmitem confiança.
“Quando éramos jovens, não nos faltavam amigos. Tínhamos muitos assim que saíamos de casa, mas agora, as crianças nas cidades parecem estar sob muito mais pressão e não têm tantos amigos. Estes animais ajudam-nos a sentirem-se menos sozinhos”, referiu Zhang Yachun, pai de uma criança detentora de um cão eletrónico.
E acrescentou: “noto que o meu filho está mais disposto a partilhar as suas preocupações desde que comprou a Aluo e falar sobre elas fez com que não houvessem tantas coisas acumuladas no seu coração.