67% dos veterinários na Europa considera que a formação profissional contínua é ‘obrigatória’ para a manutenção da sua profissão. O valor representa menos 3% face a 2018, de acordo com o terceiro Inquérito à Profissão Veterinária na Europa, promovido pela Federação de Veterinários da Europa (FVE).
Portugal é um dos países pior classificado, com apenas 21% dos veterinários a valorizarem a formação contínua. Pior só a Noruega (20%), República Checa (20%), Suécia (10%) e Dinamarca (7%). Os melhores resultados registam-se na Hungria e Irlanda (98%) e na Sérvia (96%).
O resultado português contrapõe com o dever incutido no artigo 11ª do Código Deontológico Médico-Veterinário, onde se pode ler que “o médico veterinário tem a obrigação de manter permanentemente atualizados e aperfeiçoados os seus conhecimentos científicos e técnicos, participando, nomeadamente, em ações de formação contínua ao longo da sua carreira profissional”.
Em média, os europeus gastam 45 horas por ano em formação contínua, valor superior à média de 40 horas em 2018. Em Itália, os profissionais apostam 67 horas por ano. Do lado reservo da moeda, os croatas gastam apenas 31 horas por ano. O relatório não desagrega os resultados por país.
O tempo e os valores são vistos como os principais obstáculos na aposta em formação contínua quer na Europa, quer em Portugal. Embora a nível europeu seja o tempo o principal obstáculo (64%), seguido dos valores (45%), a situação inverte-se em Portugal. Os valores são vistos como obstáculo para 67% dos profissionais, com o tempo a ser relatado por 58%.
O relatório destaca ainda o crescimento na dificuldade de encontrar uma boa formação, que já é visto como obstáculo por 37% dos europeus (+11% que em 2018). Portugal destaca-se pela positiva como o país, a par da República Checa, que o identifica como dificuldade (apenas 27%).
Já o obstáculo da localização desceu 16% desde o último inquérito a nível europeu, motivado talvez pelo aumento da disponibilidade de cursos online.
Apesar de a maneira mais popular de obter formação ser através de webinars (73% dos europeus), os profissionais preferem quer congressos como webinars (57% e 51%, respetivamente).
Existe uma diminuição geral na proporção de veterinários que aprendem através do autodidatismo e um crescente desejo por sessões em laboratórios ou práticas – 39% dos veterinários mostraram preferência por isso, mas apenas 16% já o fizeram.
Analisando unicamente Portugal, os veterinários apostam mais em webinars (68%), congressos (65%), formação online (61%) e autodidatismo (54%). No entanto, preferem congressos (51%), formação online (45%), formação hands-on (45%) e webinar (42%).