O problema arrasta-se há dez anos e apesar de não haver registro de ataques a pessoas e unicamente investidas contra animais domésticos, Pedro Vieira, presidente do Clube da Arrábida, declarou ao Público que “não podemos esperar que haja um ataque a uma pessoa para agir”.
A autarquia de Setúbal já reforçou reforçou as ações no terreno. “Desde abril que fizemos um reforço da intervenção e até pedimos ajuda ao Sepna, Serviço de Proteção da Natureza da GNR. Mas não temos capacidade para capturar muitos animais, é difícil”, afirmou o vereador do Ambiente, Manuel Pisco. Para este responsável, o abate dos animais compete à DGV, embora se mostre disponível para encontrar uma solução conjunta.
Em declarações ao Público, a DGV esclarece que tem “acompanhado cuidadosamente o caso”, em articulação com a Câmara de Setúbal, a Proteção Civil, o ICNB e o Sepna. A DGV acrescenta ainda que a competência para capturar estes animais vadios pertence à autarquia e que foi pedido que “implemente de forma célere as medidas acordadas”.
Operação de captura cancelada
Já na zona do Cachão, a operação de captura dos cães vadios agendada para 5 de dezembro foi cancelada. O comando distrital de Bragança da GNR recusou participar nesta operação por entender que a proposta da Câmara Municipal de Mirandela constituía um “crime”.
Segundo o Público, a autarquia alega “falta de solidariedade institucional”, por ser a única disponível para a captura determinada pela DGV. O comandante distrital da GNR, Sá Pires, garantiu que “os militares da Guarda estão sempre disponíveis para ser parceiros na resolução de problemas às populações, mas não podiam aceitar a proposta de todo bizarra que foi feita. Fomos contactados pelo departamento do ambiente da Câmara de Mirandela que propôs que os militares fossem lá e abatessem os cães com as suas armas”.
António Branco, vereador do Ambiente da câmara de Mirandela, referiu que tal proposta feita à GNR “foi uma opinião pessoal de alguém”, frisando que a câmara não tem qualquer responsabilidade nesta operação. Segundo o vereador, “não existirem condições de segurança para os funcionários envolvidos, nem de solidariedade institucional para o prosseguimento de qualquer ação”. Neste sentido a autarquia “não promoverá qualquer tipo de iniciativa, aguardando quaisquer outros desenvolvimentos que as diversas entidades e autoridades possam vir a promover”.
Os animais já atacaram agricultores, pastores e homens do lixo, pelo que as autoridades defendem que em causa está um problema de saúde e segurança pública.