Investigadores da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Helsínquia, na Finlândia, que monitorizaram o realojamento de 16 beagles de laboratório entre 2015 e 2018, concluíram que o processo de realojamento dos animais seria “mais fácil se, no futuro, as instalações de cães de laboratório separassem as áreas de defecação e de descanso e dessem acesso a uma área externa, onde os pudessem passear com uma coleira”, revela Marianna Norring, docente da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Helsínquia.
O processo, realizado em colaboração com a SEY Animal Welfare Finland, foi o primeiro deste tipo a acontecer na Finlândia e revelou que o desenvolvimento das capacidades de controlo esfincteriano poderia ser apoiado por melhorias nos cuidados das instalações de animais de laboratório.
O procedimento de sociabilização, que decorreu durante um período de quatro a seis meses, dependendo do cão, começou com a prática de habilidades caninas básicas, familiarizando os cães com o mundo fora do laboratório.
Marianna Norring, explica, no entanto, que o tempo de sociabilização não se mostrou suficiente para todos os cães: “Os detentores relataram que alguns cães continuaram tímidos e a sofrer com a ansiedade da separação.”
Na faculdade, os cães participaram em estudos de cognição animal e de medicina veterinária. A pesquisa cognitiva forneceu informações básicas sobre a mente canina e o estudo médico veterinário permitiu desenvolver um novo agente tranquilizante, adequado para cães.
Um grande grupo de pessoas participou na sociabilização dos cães e na familiarização dos mesmos com a vida fora das instalações: tratadores de animais, pesquisadores, ativistas dos direitos dos animais e treinadores de cães. O objetivo era levar em consideração as características individuais de cada cão no momento da procura de um novo lar. Sempre que possível, os cães foram realojados aos pares. De um modo geral, notam os investigadores, os novos tutores mostraram-se muito felizes com seus novos animais de estimação.
O processo de realojamento foi monitorizado pela Universidade de Helsínquia durante quatro anos, com a realização de entrevistas aos participantes e recolha de informações dos novos donos.