A Plataforma Anti-Transporte de Animais Vivos (PATAV) denunciou no final de março aquilo que diz serem violações à legislação comunitária na exportação de animais vivos para Israel a partir dos portos de Setúbal e Sines. Na sequência desta denúncia, o Bloco de Esquerda acompanhou esta semana um carregamento de 30 mil animais com destino a Israel e exigiu mais condições no envio de animais vivos.
Uma das denuncias prende-se com o facto de não ser feito o devido acompanhamento veterinário dos animais dentro das embarcações. De acordo com Manuela Rola, deputada do Bloco de Esquerda citada pelo jornal Público, os animais chegam a passar vários dias no mar e “já aconteceu as viagens durarem mais de um mês (…) Têm vindo a ser feitas várias denúncias sobre as condições de transporte dos animais e apercebemo-nos que não se garante acompanhamento [veterinário] dos animais dentro do barco”.
Na sequência desta denuncia, o partido prepara-se para apresentar uma proposta legislativa no sentido de exigir a presença de um médico veterinário certificado pela Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) dentro dos barcos que transportam animais vivos para outros países. Para além disso, o Bloco de Esquerda pretende incluir na proposta medidas como condições de saneamento, espaço para os animais se movimentarem e limpeza.
Já em setembro de 2017, uma reportagem da RTP tinha denunciado maus tratos a bovinos e ovinos exportados vivos para países terceiros e no Brasil algumas empresas viram-se obrigadas a suspender a exportação de animais vivos por falta de condições.