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Médicos Veterinários

O novo paradigma da contratação veterinária

Carla Martins Lopes

A demografia da profissão veterinária e o impacto das políticas salariais e da emigração foram o ponto de partida da apresentação da médica veterinária e fundadora da Vetpartners, Carla Martins Lopes, nas Conferências Veterinária Atual de 2021. A oradora traçou o novo paradigma da contratação veterinária.

“Há uma dificuldade mais recente em contratar no setor.” Começou por referir a médica veterinária, baseando-se num inquérito realizado a 1267 médicos veterinários.

 

Atualmente, existem 6614 membros ativos da OMV, mais 346 em relação ao ano passado, mas o número de suspensões a pedido e por ausência do estrangeiro têm vindo a aumentar. “Cerca de 50% dos veterinários encontram-se em Lisboa, Porto e Setúbal. A Ordem conta com 1788 CAMV registados e 47% dos quais localizam-se nas mesmas cidades, havendo um equilíbrio entre clínicas e membros.”

A maioria dos médicos veterinários ativos são mulheres com menos de 40 anos, segundo dados do FVE. Relativamente à situação de trabalho, 90% dos médicos veterinários portugueses está em full-time, 5% em part-time, 2% encontra-se no desemprego e 14% considera-se estar em subemprego. “Dos 1267 médicos que responderam ao inquérito, o salário médio apontado está nos 22 mil euros anuais e 4,3% mostraram-se satisfeitos com a remuneração. Dois anos e meio é o tempo em que os inquiridos responderam ter sido necessário para atingir a independência financeira desde que começaram a trabalhar. Apenas 35% afirmaram ter visto o salário a aumentar nos últimos três anos e 35% não sofreram alteração”, salientou a oradora.

 

Há dez anos, havia dezenas de candidatos para cada vaga e atualmente parece não haver candidatos suficientes para tantas vagas disponíveis, sublinhou Carla Martins Lopes. “Quando se trata de contratar candidatos com valências específicas, como cirurgia ou imagiologia, torna-se mais difícil. Para chegar a potenciais candidatos, as ofertas podem ser anunciadas nos sites de emprego específicos, mas também em canais alternativos, como as redes sociais.

É fundamental ter tempo para dedicar e encontrar a pessoa certa para a posição e agilizar os tempos de resposta além de se recomendar a apresentação das condições oferecidas na vaga. “Para ajudar a ter um modelo de proposta preparado, há que pensar no que procuramos, quem somos, que perfil queremos encontrar e o que temos para oferecer: funções a desempenhar, horário a realizar, simulação de desemprenho, pacote de benefícios, extras e custos para a empresa.”

 

Durante o recrutamento, é importante perceber a motivação do candidato, porque é que ele está a responder a um anúncio e, se for o caso, qual o motivo de insatisfação no atual local de trabalho (cultura da empresa, meios disponíveis, dimensão, flexibilidade de horários, número de horas de trabalho, modelo ou valor da remuneração). Carla Martins Lopes tem denotado que “existe uma procura crescente por horários com menos horas de trabalho do que as habituais 40 horas semanais e pela flexibilidade de trabalhar apenas em determinados períodos do dia, pois as pessoas estão cada vez mais à procura de qualidade de vida”.

É fundamental investir nos recursos humanos para evitar novos processos de recrutamento, concluiu a oradora.

 

Demografia da profissão médico-veterinária

 

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