O buldogue francês é a raça mais frequentemente submetida a cirurgia para tratar a síndrome de obstrução das vias aéreas braquicefálicas, uma condição comum em cães de focinho achatado que pode causar dificuldades respiratórias severas.
O estudo, publicado na revista Frontiers in Veterinary Science, concluiu que a raça de buldogue francês é responsável por mais de metade dos casos de cirurgia corretiva analisados pelos investigadores entre 2018 e 2022.
A investigação examinou 80 cães braquicefálicos, desde bulldogs ingleses, pugs e boston terriers, tendo avaliado a gravidade do colapso da laringe — uma complicação comum da doença.
Relativamente ao colapso da laringe, 57,5% dos cães analisados apresentavam colapso em estádio I (ligeiro), 16,25% em estádio II (moderado) e 7,5% em estádio III (grave), com 18,75% dos cães a não apresentarem sinais de colapso.
Segundo a análise, apesar da elevada presença da raça bulldog francês no estudo, não foi encontrada uma relação direta entre a raça e o grau de colapso laríngeo. No entanto, os cães com colapsos mais avançados apresentaram maior risco de complicações após a cirurgia, incluindo regurgitação ou uso de oxigénio suplementar.
Deste modo, cerca de 31% dos cães submetidos a cirurgias apresentaram complicações pós-operatórias, um número que os investigadores consideram significativo.
O estudo destacou ainda que os tutores devem ser devidamente informados dos riscos associados às cirurgias, especialmente quando o colapso laríngeo se encontra em estado avançado.