A British Veterinary Association (BVA), a British Small Animal Veterinary Association (BSAVA) e a British Veterinary Zoological Society (BVZS), numa posição conjunta, recomendam que os médicos veterinários tomem sempre uma abordagem direcionada e responsável à utilização de parasiticidas em animais de companhia e pesem cuidadosamente todos os riscos antes de prescrever ou recomendar o tratamento.
Em notícia do site, a BSAVA explica que a recomendação surge após novos estudos mostrarem que quase todos (98%) os médicos veterinários de animais de companhia estavam preocupados com o impacto de alguns tratamentos no ambiente, com mais de dois em cinco (42%) muito preocupados.
“Há uma preocupação crescente de que alguns parasiticidas para animais de companhia, que são geralmente utilizados para tratar e prevenir contra parasitas em milhões de cães e gatos em todo o Reino Unido, possam contaminar o ambiente e causar danos à vida selvagem, aos ecossistemas e, por sua vez, à saúde pública”, explica a associação.
Outras das recomendações das associações são:
- Os profissionais de veterinária devem evitar o tratamento coberto e, em vez disso, garantir que avaliam os riscos de cada caso e que tenham conversas individuais com os tutores sobre as necessidades e tratamentos dos seus animais de companhia;
- Devem ser disponibilizadas orientações claras e independentes para ajudar os profissionais a tomar decisões sobre o tratamento;
- Os profissionais de veterinária devem garantir que os tutores são educados sobre como evitar que os seus animais de companhia fiquem com parasitas, como verificar os mesmos e entender que tratamentos estão disponíveis e como usá-los;
- A Veterinary Medicines Directorate deve reconsiderar a classificação de parasiticidas over-the-counter para promover a utilização responsável pelos titulares de animais de companhia.
Comentário da BVA e apelo à investigação
“O impacto dos parasiticidas no ambiente é uma preocupação crescente na profissão veterinária. A nossa nova posição conjunta não só destaca as áreas de preocupação e recomendações em torno da utilização destes medicamentos de forma responsável, mas também a forma como os profissionais de veterinária podem agir agora para proteger o ambiente”, disse a presidente da BVA, Justine Shotton.
O inquérito da BVA Voice of the Veterinary Profession concluiu ainda que quase nove em cada dez (87%) dos médicos veterinários de animais de companhia concordam que os medicamentos para pequenos animais devem ter uma avaliação de risco ambiental.
“No entanto, embora a avaliação dos riscos seja importante, existem muitas lacunas de conhecimento em relação aos parasitas, o que dificulta a análise de risco”, notam as entidades. Dessa maneira, pedem que sejam realizadas mais investigações e que se recolham provas em muitas áreas, incluindo os riscos de parasitas e doenças transmitidas por parasitas para a saúde humana e animal, os riscos de parasiticidas e produtos combinados geralmente utilizados no ambiente, bem como informações sobre a forma como podem estar a contaminar o ambiente.