São cada vez mais os relatos de pessoas que tratam os seus animais de estimação como membros da família, oferecendo-lhes ‘luxos’ a que apenas alguns humanos têm acesso. Só nos Estados Unidos da América, em 2016, foram gastos cerca de 66,75 mil milhões de dólares com animais de companhia. Este ano esse valor deverá atingir um total de 69,36 mil milhões de dólares, de acordo com a American Pet Products Association.
Mas será que os animais de companhia se encaixam num estilo de vida marcado por um compasso acelerado, notificações de smartphone a cada segundo, a partilha constante nas redes sociais e por um estreitar da barreira entre a vida pessoal e a vida profissional? É isso que pretende saber a Animal Welfare Foundation (AWF) no próximo dia 5 de junho, em Londres.
James Yeates, da RSPCA, Sarah Ellis, da International Cat Care, e Rachel Casey, da Dogs Trust, irão debater o impacto do estilo de vida ‘moderno’ no bem-estar dos animais de companhia, abordando questões como a ansiedade da separação, uma patologia que afeta cada vez mais animais de companhia. Por outro lado será discutida a forma como os animais de companhia podem influenciar a vida e o bem-estar de alguém com um estilo de vida acelerado.
O Chief Veterinary Officer da RSPCA, James Yeates, será um dos oradores e refere que “os veterinários frequentemente lidam com o imediato, problemas específicos que são apresentados, mas também podem usar o seu conhecimento e experiência para olhar para questões maiores. Não estou a dizer que os animais de companhia são incompatíveis com uma vida moderna, mas existem aspetos da vida moderna que criam desafios para os donos de animais”.
Gudrun Ravetz, Presidente da British Veterinary Association, acrescenta que “este tema é particularmente importante já que existem cada vez mais médicos veterinários a assistir a casos de animais que foram comprados devido a uma tendência de celebridades qualquer – com a ênfase a ser colocada na imagem dos animais, em vez de na saúde do animal”.