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Já há um banco de dados genético canino que tem impulsionado investigações biomédicas

Já há um banco de dados genético canino que tem impulsionado investigações biomédicas iStock

A comunidade veterinária dispõe agora de um banco de dados de genes caninos, de acesso livre, intitulado “The Dog Genome Annotation Project” (DoGA), que abrange mais de 100 tecidos de cães e lobos.

A criação deste “biobanco” mundial, resultado da colaboração entre especialistas em medicina genómica, medicina veterinária e biologia computacional de todo o mundo, permite aos investigadores visualizar quais os genes que são ativados em diferentes partes do corpo e quando. Para os cientistas, o projeto representa um marco na compreensão das doenças hereditárias.

 

Desta forma, o banco de dados fornece acesso a uma ampla diversidade de informações, facilitando a priorização de fatores hereditários relacionados com doenças e incentivando a investigações comparativas entre humanos e cães.

Com mais de 6.000 amostras de raças de cães e lobos, o banco genético utiliza tecnologia avançada de sequenciamento para mapear estruturas promotoras e atividade genética no genoma canino, superando o nível de detalhe disponível em outros organismos modelo, como ratos e peixes-zebra.

 

Assim, a base de dados permite aos investigadores estudar a expressão de genes específicos em diferentes tecidos, tendo demonstrado a sua aplicabilidade em investigações sobre o desenvolvimento embrionário, morfologia e doenças caninas.

Matthias Hörtenhuber, do Instituto Karolinska de Estocolmo, na Suécia, refere que esta ferramenta melhora o uso do cão como modelo em investigações sobre saúde humana e genética canina.

 

“O banco de dados DoGA tem o potencial para impactar a medicina veterinária e humana. Podemos investigar como os cérebros dos cães e dos lobos diferem e, graças à história genética e às estruturas únicas das raças de cães, este novo mapa genético oferece-nos uma estrutura eficaz para estudar doenças genéticas”, afirmou Hannes Lohi, investigador da Universidade de Helsínquia, na Finlândia, e cientista integrante do projeto.

Os investigadores acreditam ainda que o “biobanco” contribui significativamente para o avanço da medicina ao permitir a identificação de genes associados a doenças como o cancro, a epilepsia e transtornos psiquiátricos, não apenas em animais, mas também em humanos.

 
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