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Estudo alerta para graves problemas oculares em raças de cães com pálpebras deformadas

Estudo alerta para graves problemas oculares em raças de cães com pálpebras deformadas iStock

Um novo estudo do Royal Veterinary College (RVC) revelou que muitas raças de cães no Reino Unido estão a sofrer com doenças oculares graves causadas por pálpebras malformadas, um problema muitas vezes considerado “normal” em determinadas raças.

Os investigadores analisaram mais de 2,2 milhões de cães e descobriram que milhares sofrem de pálpebras viradas para dentro ou viradas para fora, condições que causam dor intensa, infeções, úlceras, e até cegueira. Em casos graves, os cães podem até ter de remover os olhos cirurgicamente.

 

Algumas raças apresentam um risco mais elevado de desenvolver estas doenças, especialmente o Shar-Pei, representando 15,5% dos cães afetados, seguido do Chow Chow (9,6%), Mastim Napolitano (9,5%), Clumber Spaniel (6,3%), São Bernardo (6,1%) e Bulldog Inglês (4,9%).

Em comparação, apenas 0,36% de todos os cães do estudo tinham doenças das pálpebras, o que reflete o quão elevados são os números nestas raças mais afetadas, enfatizam os cientistas.

 

Os investigadores sublinham que as pálpebras saudáveis funcionam como um “limpa-vidros” natural, limpando e hidratando o olho. Em cães com pálpebras viradas para dentro, os pelos raspam diretamente no olho, como se fosse lixa, causando dor constante. Já em cães com pálpebras viradas para fora, os olhos ficam expostos à sujidade e secura, perdendo a sua proteção natural.

A análise também concluiu que quase 50% dos cães com esta condição apresentam corrimento ocular e comichão constante, e 18,2% necessitam de cirurgia todos os anos para tentar corrigir o problema. Cães com cara achatada (braquicefálicos) têm 1,7 vezes mais risco de desenvolver estas doenças, enquanto cães de raça ‘pura’ apresentam um risco 2,6 vezes superior ao dos cães cruzados.

 

“O estudo revela a enorme dimensão do sofrimento causado por doenças de conformação das pálpebras em algumas raças e sugere que está na altura de todos os que se preocupam com os cães se levantarem e gritarem ‘basta!’ a estas formas de sofrimento canino planeado, resultantes do desejo humano de possuir cães com formas corporais extremas e antinaturais”, referiu Dan O’Neill, professor associado de epidemiologia de animais de companhia no RVC e autor principal do estudo.

 

 
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