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Estudo revelou que 62% dos tumores em cães nos EUA ficam por diagnosticar

Estudo revelou que 62% dos tumores em cães nos EUA ficam por diagnosticar iStock

Um inquérito realizado em 2025 pela empresa de imagiologia veterinária HT Vista concluiu que 62% das massas detetadas em cães nas clínicas veterinárias dos Estados Unidos da América (EUA) não são diagnosticadas.

O mesmo estudo revelou ainda que, à medida que o número de casos aumenta, os veterinários tornam-se menos propensos a realizar amostragens, o que indica uma diminuição da atenção ao diagnóstico.

 

O levantamento incluiu 243 veterinários de todo o país, maioritariamente de clínica geral, e analisou a forma como abordam os chamados “caroços e inchaços” nos cães. Em média, cada veterinário relatou observar 13,5 massas dérmicas e subcutâneas por semana, mas oito dessas massas acabam por não ser diagnosticadas.

Apenas 19% das amostras são avaliadas por um patologista, sendo a maioria das punções aspirativas interpretadas internamente, sem revisão de um profissional certificado.

 

Segundo o estudo, estima-se que 15% das massas — cerca de três em cada vinte — sejam malignas. Ainda assim, as clínicas que examinam quatro ou mais massas por dia realizam quase um quarto menos de amostragens do que as que observam menos de quatro.

“Nunca podemos saber se uma massa é benigna apenas pela palpação”, afirmou Gillian Dank, médica veterinária especialista em oncologia e diretora clínica da HT Vista.

 

Gillian Dank também alertou que a cultura do “esperar para ver” na prática clínica pode comprometer a sobrevivência dos pacientes e limitar as opções de tratamento.

“Fiquei chocada ao perceber que não estão a ser feitos diagnósticos para um grande número de pacientes. Vi demasiados casos em que uma abordagem de ‘esperar para ver’ alterou drasticamente a evolução do paciente. Se um tumor de mastócitos ou sarcoma de tecidos moles for identificado precocemente, a sobrevivência pode contar-se em milhares de dias. Mas, quando o diagnóstico é tardio, enfrentamos frequentemente doenças não ressecáveis ou metastáticas”, explicou a médica veterinária.

 

Entre os inquiridos, o motivo mais comum para não realizar uma aspiração foi a crença de que a massa era benigna e não exigia investigação adicional, seguido por preocupações com custos.

No entanto, os responsáveis pelo estudo alertaram que um diagnóstico tardio pode ter consequências graves, incluindo diminuição da qualidade de vida, perda da janela de tratamento, prognóstico mais reservado e impacto emocional tanto nos tutores como nas equipas veterinárias.

 

 

 

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