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Animais de Companhia

Cuidado com o frio: Conheça os riscos dos animais de companhia nesta época do ano

A entrada no Inverno, com a descida de temperatura e redução das horas de luz, pode desencadear algumas alterações fisiológicas nos animais de companhia, justificando alguns cuidados acrescidos com a sua segurança e bem-estar. Em entrevista, Carolina Bartolomeu, médica veterinária e Vet Channel Advocacy Manager da Nestlé Purina, explica as condições mais comuns e o que pode ser feito para a sua prevenção.

Quais são os principais problemas que acometem os animais de companhia nas estações frias e de que forma isso se reflete na ida aos CAMV?

 

Todos sabemos como as queixas dos tutores relacionadas com a queda excessiva de pelo tendem a aumentar nas alturas de mudança de estação e, geralmente, os clientes demonstram-se também mais sensíveis aos desafios imunitários e articulares que o seu animal de companhia pode estar exposto, refletindo muitas das preocupações que eles próprios têm com a sua saúde.

Por outro lado, não podemos esquecer situações de risco mais graves comuns na época fria, como acidentes relacionados com a proximidade de fontes de calor (lareiras, aquecedores) no caso dos animais de interior ou dos riscos relacionados com a permanência do animal no exterior, com exposição a temperaturas ou condições meteorológicas adversas, que desencadeiam, por exemplo, a procura de fontes de calor pelos gatos como os motores do carros, e que os podem colocar em perigo imediato ou favorecer o contacto com agentes tóxicos como o anticongelante etilenoglicol.

 

“Não podemos esquecer de lembrar os tutores de animais de companhia com doença cardíaca, diabetes, doença renal ou com doença de Cushing que os seus cães ou gatos poderão ter maior dificuldade em manter a temperatura corporal e deverão ficar mais resguardados do frio, bem como os animais muito jovens ou idosos.”

 

Por outro lado, as temperaturas mais baixas, especialmente nos animais que vivem no exterior, irão implicar um dispêndio energético superior nestes animais para a manutenção da temperatura corporal. É possível que as necessidades de ingestão calórica aumentem de uma forma geral neste período e é muito importante adequar a dose diária de alimento disponibilizado à condição corporal do animal e aumentá-la, se assim necessário.

Que dicas podem ser fornecidas por parte dos médicos veterinários aos tutores para prevenir estas questões?

 

Não nos devemos esquecer que a consulta de rotina ou a visita à clínica pode ser uma ótima oportunidade para que qualquer elemento da equipa médico-veterinária lembre os potenciais riscos e cuidados especiais nestes meses mais frios, adequando também à realidade da sua zona geográfica.

Do ponto de vista clínico, não podemos esquecer de lembrar os tutores de animais de companhia com doença cardíaca, diabetes, doença renal ou com doença de Cushing que os seus cães ou gatos poderão ter maior dificuldade em manter a temperatura corporal e deverão ficar mais resguardados do frio, bem como os animais muito jovens ou idosos.

Sensibilizar que, sempre que possível, os cães e gatos devem ser mantidos dentro de casa, protegidos do frio mas sem acesso demasiado próximo a fontes de calor porque podem provocar queimaduras.

Nos passeios à rua, os cães devem ser adequadamente protegidos contra a chuva e temperaturas extremas e as almofadas plantares devem ser observadas regularmente para assegurar que não desenvolveram lesões provocadas pelo gelo nas zonas geográficas mais frias. O tempo de passeio diário poderá ter de ser reduzido se as temperaturas forem demasiado baixas e se os animais apresentarem alterações articulares. Nestes casos, devem ser prevenidas potenciais quedas provocadas pelo piso escorregadio.

No que se refere a gatos, antes de ligar o carro os tutores deverão assegurar-se que não existem “inquilinos” no motor e não deverá ser permitida a permanência de animais por baixo das viaturas onde podem existir vestígios de anticongelante.

Por fim, devem assegurar-se que o alimento disponibilizado, além de elevada qualidade, poderá ter de sofrer ajustes da dose, refletindo as necessidades energéticas do animal mantido no exterior, nomeadamente em casos de animais com pelo curto e pouca reserva subcutânea de tecido adiposo.

Que importância assumem os suplementos alimentares para fazer face às condições mais comuns no inverno?

Os suplementos alimentares podem fazer a diferença sempre que pretendemos acrescentar benefícios ao alimento base, que deverá ser sempre de elevada qualidade mas poderá não cobrir de forma específica todas as necessidades especiais que o animal apresenta, por particularidades individuais ou doenças diagnosticadas.

Por exemplo, no animal sénior, poderá fazer sentido acrescentar ao alimento para esta etapa de vida (que pode já fornecer benefícios para prevenção de disfunção cognitiva) um suplemento para obter ainda maior reforço imunitário ou suporte articular.

Outro exemplo poderá ser a necessidade de acrescentar à dieta do animal com queda excessiva de pelo um suplemento para suporte da pele e pelo ou suplemento vitamínico, não alterando a dieta base que preenche outras necessidades identificadas.

“Não podemos esquecer situações de risco mais graves comuns na época fria, como acidentes relacionados com a proximidade de fontes de calor (lareiras, aquecedores) no caso dos animais de interior ou dos riscos relacionados com a permanência do animal no exterior, com exposição a temperaturas ou condições meteorológicas adversas.”

Os suplementos ajudam-nos, de uma forma geral, a entregar uma nutrição personalizada e focada no suporte das necessidades específicas.

Que tipo de suplementos estão atualmente disponíveis para este fim, quando e durante quanto tempo devem ser tomados?

Todos os animais são diferentes. Além das diferenças de raça, tamanho ou idade, cada um tem o seu próprio nível de atividade, de ambiente, e diferentes reações a estímulos externos como mudanças de estação, novas situações e desafios.

Hoje em dia existem no mercado suplementos que visam responder a necessidades específicas de cães e gatos, nomeadamente para melhorar a mobilidade, imunidade, vitalidade, qualidade da pele e pelo, para ajudar a reduzir dos estados de ansiedade e a promover o bem-estar geral. São soluções mais acessíveis à manutenção do bem-estar dos animais de companhia, sem que seja necessária alguma alteração significativa à alimentação ou às suas rotinas.

O tempo de administração poderá variar entre uma semana a alguns meses ou de forma continuada, se a condição do animal assim o exigir, sem risco de prejuízo ou risco para a saúde do animal.

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