Um novo estudo revelou que quase 80% dos tutores nos Estados Unidos da América (EUA) continuam a subestimar os custos associados aos cuidados ao longo da vida dos seus animais de companhia, apesar do aumento da pressão financeira e do investimento crescente em saúde e bem-estar animal.
O Pet Lifetime of Care Study 2025 inquiriu cerca de 5.000 tutores e identificou um aumento significativo nos custos de vida para cães, gatos e, pela primeira vez, para pequenos animais de companhia, como coelhos, porquinhos-da-índia e hamsters.
De acordo com o estudo, os cuidados ao longo da vida de um cão situam-se agora entre os 22.125 e 60.602 dólares, um aumento superior a 11% face a 2022. No caso dos gatos, o aumento é ainda mais acentuado — 19,4% — com custos a variar entre os 20.073 e 47.106 dólares.
Já os pequenos animais, que passam agora a ser incluídos na análise, têm um custo estimado entre 7.600 e 14.938 dólares ao longo de uma vida média de seis anos. No entanto, a maioria dos tutores continua a prever gastar menos de 3.000 dólares.
O impacto financeiro dos cuidados com animais de companhia está a aumentar, com cerca de metade dos tutores a afirmarem que despesas inesperadas geram preocupação significativa, comparando com apenas um terço em 2022. Além disso, 74% já enfrentaram contas surpresa superiores a 250 dólares, embora apenas 31% se sintam preparados para lidar com uma despesa veterinária de grande dimensão.
Perante estes desafios, muitos recorrem ao crédito, com 58% dos tutores a referirem utilizar cartões de crédito para pagar cuidados veterinários, enquanto apenas 20% possuem poupanças dedicadas ou seguros de saúde animal.
Nos cuidados para cães, os custos médios anuais têm vindo a aumentar, sobretudo devido ao maior investimento em tecnologia e cuidados preventivos. Atualmente, os tutores gastam em média 701 dólares por ano em planos de saúde preventiva e cerca de 313 dólares em seguros de saúde animal. Este valor ainda está abaixo da média nacional dos prémios de seguro, que é de 749 dólares, segundo a Associação Norte-Americana de Seguros de Saúde Animal (NAPHIA).
Já os tutores de gatos também estão a investir mais em tecnologia para o cuidado dos seus animais. Em 2025, estima-se que gastem entre 350 e 480 dólares por ano em equipamentos como comedouros automáticos, caixas de areia inteligentes e serviços de telemedicina veterinária.
Os autores do estudo referem ainda que esta análise pretendeu aumentar a literacia financeira dos tutores de animais, ajudando-os a planear melhor os custos associados à guarda responsável de animais de companhia. Num contexto de inflação e de evolução nas expectativas sobre o bem-estar animal, o estudo procurou ainda alertar para a importância de uma preparação financeira sólida para garantir cuidados de qualidade ao longo de toda a vida dos animais.