Animais de companhia esterilizados vivem mais tempo, as fêmeas apresentam menor risco de mortalidade do que os machos, e a raça influencia a esperança média de vida de cães e gatos. Estas são as principais conclusões de um estudo realizado na Coreia do Sul, que analisou dados clínicos de milhares de cães e gatos recolhidos em hospitais veterinários de Seul.
Os investigadores analisaram registos digitais de seis hospitais veterinários, referentes a animais com data de falecimento verificável entre 2004 e 2022. Os dados incluíram informações como raça, sexo, estado reprodutivo, e datas de nascimento e óbito.
Nos cães, a idade média de mortalidade foi de 3.427 dias (cerca de 9,4 anos). Os cães esterilizados viveram significativamente mais do que os não esterilizados, e os cães sem raça definida apresentaram maior esperança de vida do que os de raça pura.
No caso dos gatos, a média foi de 1.965 dias (cerca de 5,4 anos), com os animais que foram esterilizados também a viverem mais do que os não esterilizados. Neste caso, os gatos de raça pura tiveram uma média de sobrevivência superior à dos animais de raça cruzada.
O estudo destacou ainda que a esterilização reduz o risco de mortalidade em ambas as espécies, tal como o sexo feminino. No entanto, verifica-se uma diferença: enquanto os cães de raça cruzada vivem mais do que os de raça pura, o oposto acontece com os gatos.
Os investigadores assinalaram também que os animais na Coreia do Sul têm, em média, uma esperança de vida inferior à observada noutros países. Entre os fatores apontados estão a ausência de seguros de saúde para animais e a prática comum de tratamentos veterinários ‘caseiros’ por parte dos tutores, sem orientação profissional.
“O nosso estudo realça a importância de considerar uma vasta diversidade de fatores biológicos e outros relacionados com os cuidados ao avaliar a longevidade dos animais de companhia. Estas descobertas evidenciam intervenções práticas específicas, como a esterilização, e estabelecem as bases para futuras investigações sobre influências genéticas e práticas de reprodução que possam melhorar a saúde e a longevidade dos animais de companhia na Coreia do Sul”, concluíram os autores.